Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora A Editora IFPR é uma editora pública, que garante a gratuidade de suas obras, com o objetivo de promover a publicação e divulgação de trabalhos científicos, acadêmicos, culturais e tecnológicos, de modo que esteja inserido no contexto educacional da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. pt-BR <p>Os direitos autorais deverão ser cedidos, a título gratuito, pelo(s) autor(es) da obra, nos termos da legislação aplicável, sumamente à Lei nº 9.610/98 e leis afetas a compras públicas, bem como ao Decreto nº 9094/17. A cessão se dará para a publicação em qualquer formato e terá fins específicos, educativos, técnicos e culturais, sem que isso implique qualquer ônus ao IFPR.</p> editora@ifpr.edu.br (Editora IFPR) editora@ifpr.edu.br (Editora IFPR) OMP 3.3.0.6 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Manual para uso do WhatsApp https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/133 <p><span class="fontstyle0">O objetivo deste material é orientar os idosos quanto ao uso dos <strong><span style="text-decoration: underline;">recursos avançados</span></strong> com o passo a passo do aplicativo WhatsApp no celular de forma fácil, acessível e segura, sendo usado como referência neste manual o sistema Android®, podendo ter pequenas alterações de acordo com as versões desse sistema.</span></p> Jackeline Tiemy Guinoza Siraichi (Org.); Djennyfer Abreu de Souza, Adriana Martins Gallo, Juliane Pagliari Araujo, Simone Roecker, Cristiano Schebeleski Soares (Autor/a) Copyright (c) 2024 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/133 Thu, 11 Apr 2024 00:00:00 -0300 Manual para uso do WhatsApp https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/131 <p><span class="fontstyle0">O objetivo deste material é orientar os idosos quanto ao uso dos <strong>recursos básicos</strong> com passo a passo do aplicativo WhatsApp® exclusivamente no celular de forma fácil, acessível e segura, sendo usado como referência neste manual o sistema Android®, podendo ter pequenas alterações de acordo com as versões desse sistema.</span></p> Jackeline Tiemy Guinoza Siraichi (Org.); Djennyfer Abreu de Souza, Adriana Martins Gallo, Juliane Pagliari Araujo, Simone Roecker, Cristiano Schebeleski Soares (Autor/a) Copyright (c) 2024 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/131 Wed, 10 Apr 2024 00:00:00 -0300 Manual para uso do WhatsApp https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/132 <p><span class="fontstyle0">O objetivo deste material é orientar os idosos quanto ao uso dos <strong>recursos intermediários</strong> com o passo a passo do aplicativo WhatsApp® no celular de forma fácil, acessível e segura, sendo usado como referência neste manual o sistema Android®, podendo ter pequenas alterações de acordo com as versões desse sistema.</span></p> Jackeline Tiemy Guinoza Siraichi (Org.); Djennyfer Abreu de Souza, Adriana Martins Gallo, Juliane Pagliari Araujo, Simone Roecker, Cristiano Schebeleski Soares (Autor/a) Copyright (c) 2024 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/132 Wed, 10 Apr 2024 00:00:00 -0300 Contribuições da neurociência para o desenvolvimento de habilidades psicomotoras no ensino de enfermagem https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/124 <p style="font-weight: 400;">Como parte de uma pesquisa para Pós-Doutorado, o livro “Contribuições da Neurociência para o desenvolvimento de habilidades psicomotoras no ensino da enfermagem”, de Rosana Claudia de Assunção, trata-se de um estudo originado mediante pesquisa científica de natureza básica, que visa aglutinar estudos e que tem por objetivo completar uma lacuna no conhecimento, visando o campo da enfermagem.</p> <p style="font-weight: 400;">O processo de ensino-aprendizagem é complexo e permeia diversas variáveis individuais, acadêmicas, dentre outras. No ensino da enfermagem, além do corpo de conhecimentos teóricos que contemplam a profissão, acrescenta-se ainda as habilidades psicomotoras. Dessa forma, sua formação e atualização continuada é imprescindível, pois estarão qualificados para oferecer uma assistência individualizada, humanizada, digna e livre de danos.</p> <p style="font-weight: 400;">Sendo assim, os leitores poderão obter informações preciosas quanto a: composição da equipe&nbsp; de enfermagem e suas atribuições; uma breve contextualização das dificuldades no processo de ensino-aprendizagem das habilidades psicomotoras na enfermagem; contextualização da Neurociência; sistema nervoso; ensino de enfermagem; memórias e aprendizagem.</p> <p style="font-weight: 400;">Esta obra serve de ponto de partida aos estudantes, aos profissionais da educação e à comunidade em geral que queira conhecer um pouco da neurociência e ensino-aprendizagem, com foco na enfermagem.</p> Rosana Cláudia de Assunção Copyright (c) 2024 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/124 Mon, 29 Jan 2024 00:00:00 -0300 Manual de Normas para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos do Instituto Federal do Paraná https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/72 <p>O Instituto Federal do Paraná verifica como uma ação necessária a atualização do manual que define padrões no contexto da produção acadêmico-científica. Em 2010, foi criado o primeiro guia intitulado “Normas de apresentação de trabalhos acadêmicos do Instituto Federal do Paraná (IFPR)” documento elaborado pelos autores Carmen Ballão Watanabe, Eutália Cristina do Nascimento Moreto e Renato Roxo Coutinho Dutra e ilustrado por Rômulo Souza da Silva.</p> <p>Considerando a constante demanda de normalização no âmbito científico, é que as equipes da rede de bibliotecas da instituição reuniram-se para que este documento subsidiasse os padrões da escrita de trabalhos acadêmicos.</p> <p>Desse modo, pelos fatores de uma instituição multicampi, que atende desde o Ensino Médio à Pós-graduação (Lato e Stricto Sensu), objetivamos apresentar aos diferentes níveis e modalidades de ensino uma contribuição que, originalmente, representa as principais normas e todos os passos para que a construção de trabalhos acadêmicos seja alicerçado em normas e padrões e,<br>com isso, façam de seu corpus um manual orientador de todos os elementos científicos, textuais e demais elementos que são necessários para uma identidade na padronização da construção de conhecimento.</p> <p>Assim, diante da importância da ampliação do acesso à informação numa sociedade do conhecimento em constante evolução, apresentamos uma nova versão, visto que, desde a primeira edição do referido manual, havia a necessidade de uma revisão técnica que contemplasse as últimas atualizações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para elaboração de trabalhos científicos. Nesse sentido, ressalta-se que tal elaboração de maneira coletiva se deu pela comissão instituída pela portaria nº 10/2022 cujo trabalho resulta na presente obra.</p> <p>Para tanto, destacamos que este manual segue criteriosamente as recomendações da ABNT e ficará disponível nas versões digital e impressa à comunidade do IFPR. No entanto, conforme demanda da comunidade, foram construídos alguns modelos não contemplados pela ABNT, a exemplo do resumo expandido e trabalho didático/escolar.</p> <p>Por fim, cabe ressaltar, que pensar a organização, curadoria e planejamento em tais elementos normativos, fez com que a comissão pudesse propor e apresentar problemáticas e se aprofundar em questões que reverberam na solução de dispositivos necessários à produção científica.</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>As Autoras</em></p> Evandra Campos Castro, Anauzira Silveira de Rezende Kurita, Bárbara Rocha Bittencourt Sallaberry, Maria do Amparo Cardoso, Maria Rosa Moraes Maximiano, Mônica Monte de Souza, Roseli Aparecida Silverio Della Giustina (Autor/a) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/72 Wed, 20 Dec 2023 00:00:00 -0300 A Geografia no IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/113 <p>O livro apresenta experiências bem-sucedidas de docentes de Geografia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR). Ao destacar projetos de pesquisa e/ou extensão que integram a ciência geográfica com práticas de ensino, a obra visa contribuir para a integração de conhecimentos geográficos nas atividades dos docentes EBTT dos IFs. Com enfoque nas ações do IFPR, o livro oferece uma fonte valiosa para análise, debate e inspiração em instituições similares na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT).</p> Diogo Labiak Neves, Leandro Rafael Pinto (Org.) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/113 Fri, 15 Dec 2023 00:00:00 -0300 Chás https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/114 <p>Este material didático aborda a relevância e uso histórico dos chás como bebida medicinal. Destaca-se a ligação entre as propriedades químicas das plantas medicinais e o ensino de Química Orgânica, enfocando a composição química das ervas, produção de extratos e benefícios à saúde. O objetivo é estimular o interesse dos estudantes, relacionando conhecimentos prévios sobre o uso de chás com conceitos de funções orgânicas. O material fornece atividades práticas, como experimentos em laboratório e coleta de plantas medicinais, visando à compreensão e identificação das funções orgânicas. Desenvolvido pelo projeto LADIEC, do Instituto Federal do Paraná, o material busca integrar ensino, pesquisa e extensão, oferecendo apoio ao professor para promover discussões sobre o uso de chás como prática popular e suas implicações químicas na saúde.</p> Jeniffer de Abreu Pereira, João Paulo Stadler, Edneia Durli Giusti, Sandra Inês Adams Angnes Gomes Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/114 Fri, 15 Dec 2023 00:00:00 -0300 Projeto Desastres Naturais do Paraná https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/115 <p>Trata-se do&nbsp;resultado do projeto de pesquisa "Desastres Naturais no Estado do Paraná: Eventos Hidrometeorológicos Extremos, Suscetibilidade Geomorfológica e Impactos Socioambientais" (Projeto DNPR), desenvolvido no Instituto Federal do Paraná (Campus Curitiba) entre 2020 e 2021, buscou analisar a ocorrência de desastres naturais na região leste do estado. Com foco em fenômenos naturais, especialmente inundações e movimentos de massa, o projeto utilizou métodos que incluíram a caracterização de registros de desastres, limiares de chuva, processos morfodinâmicos, uso da terra e vulnerabilidade da população. Esta publicação apresenta uma síntese dos resultados, destacando produtos cartográficos e estatísticos, visando a divulgação de informações para o público especializado e a comunidade em geral. O projeto parte do pressuposto de que a prevenção de desastres naturais começa pelo reconhecimento das características e da dinâmica dos processos naturais, sendo crucial no âmbito científico-escolar.</p> Ricardo Michael Pinheiro Silveira, Maria Julia Hornig, Allany Lima de Souza Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/115 Fri, 15 Dec 2023 00:00:00 -0300 Manual de Boas Práticas para Feirantes https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/97 <p>Este Manual é fruto do Projeto de Pesquisa "Feiras em uma cidade fronteiriça: análises de comidas, práticas e sabores gastronômicos" desenvolvidos pelo Instituto Federal do Paraná - IFPR e conta com o apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - IFPR/FA. O projeto está vínculado ao Grupo de Pesquisa em Gastronomia e Ciência dos Alimentos (GPGCA).</p> Paola Stefanutti, Gislaine Simões, Veronica Garcia (Autor/a) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/97 Fri, 29 Sep 2023 00:00:00 -0300 Manual de Boas Práticas para Feirantes https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/98 <p>Este Manual é fruto do Projeto de Pesquisa "Feiras em uma cidade fronteiriça: análises de comidas, práticas e sabores gastronômicos" desenvolvidos pelo Instituto Federal do Paraná - IFPR e conta com o apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - IFPR/FA. O projeto está vínculado ao Grupo de Pesquisa em Gastronomia e Ciência dos Alimentos (GPGCA).</p> Paola Stefanutti, Gislaine Simões, Veronica Garcia (Autor/a) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/98 Thu, 28 Sep 2023 00:00:00 -0300 Coletânea Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/91 <p><span style="font-weight: 400;">Este volume faz parte de um projeto maior que começou a ser elaborado durante o ano de 2020, enquanto vivíamos um período que marcou nossas vidas. Foram dias, meses e anos de muitas trocas virtuais que deram origem à </span><span style="font-weight: 400;">Coletânea "Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica". </span><span style="font-weight: 400;">Composta por 5 volumes, a Coletânea contou com a colaboração de profissionais, docentes e artistas de distintas áreas, sobretudo de Artes Visuais, Dança, Música, Teatro, Audiovisual e Literatura, de diferentes Institutos Federais do Brasil. O enfoque está no compartilhamento de projetos, programas, eventos, site, construídos com a intenção de aprofundar conhecimentos artísticos na comunidade interna, levar à comunidade externa ações artísticas e, no caso do uso de redes sociais, difundir informações sobre o que acontece em alguns </span><em><span style="font-weight: 400;">campi</span></em><span style="font-weight: 400;">. Acreditamos que esta é mais uma oportunidade de ultrapassar os limites dos portões das nossas instituições, fazendo chegar o mais longe possível o que produzimos e vivemos em matéria de extensão. </span></p> Antônio Luceni dos Santos, Sonia Maria da Costa Mendes (Org.); Cristine Roberta Piassetta Xavier, Joyce Luciane Correia Muzi (Coordenador de coletânea/obra) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/91 Mon, 31 Jul 2023 00:00:00 -0300 Coletânea Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/92 <p><span style="font-weight: 400;">Este volume faz parte de um projeto maior que começou a ser elaborado durante o ano de 2020, enquanto vivíamos um período que marcou nossas vidas. Foram dias, meses e anos de muitas trocas virtuais que deram origem à </span><span style="font-weight: 400;">Coletânea "Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica". </span><span style="font-weight: 400;">Composta por 5 volumes, a Coletânea contou com a colaboração de profissionais, docentes e artistas de distintas áreas, sobretudo de Artes Visuais, Dança, Música, Teatro, Audiovisual e Literatura, de diferentes Institutos Federais do Brasil. O enfoque está no compartilhamento de projetos, programas, eventos, site, construídos com a intenção de aprofundar conhecimentos artísticos na comunidade interna, levar à comunidade externa ações artísticas e, no caso do uso de redes sociais, difundir informações sobre o que acontece em alguns </span><em><span style="font-weight: 400;">campi</span></em><span style="font-weight: 400;">. Acreditamos que esta é mais uma oportunidade de ultrapassar os limites dos portões das nossas instituições, fazendo chegar o mais longe possível o que produzimos e vivemos em matéria de extensão.</span></p> Alexandra Naima Machado Rudakoff (Org.); Cristine Roberta Piassetta Xavier, Joyce Luciane Correia Muzi (Coordenador de coletânea/obra) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/92 Mon, 31 Jul 2023 00:00:00 -0300 Coletânea Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/93 <p><span style="font-weight: 400;">Este volume faz parte de um projeto maior que começou a ser elaborado durante o ano de 2020, enquanto vivíamos um período que marcou nossas vidas. Foram dias, meses e anos de muitas trocas virtuais que deram origem à </span><span style="font-weight: 400;">Coletânea "Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica". </span><span style="font-weight: 400;">Composta por 5 volumes, a Coletânea contou com a colaboração de profissionais, docentes e artistas de distintas áreas, sobretudo de Artes Visuais, Dança, Música, Teatro, Audiovisual e Literatura, de diferentes Institutos Federais do Brasil. O enfoque está no compartilhamento de projetos, programas, eventos, site, construídos com a intenção de aprofundar conhecimentos artísticos na comunidade interna, levar à comunidade externa ações artísticas e, no caso do uso de redes sociais, difundir informações sobre o que acontece em alguns </span><em><span style="font-weight: 400;">campi</span></em><span style="font-weight: 400;">. Acreditamos que esta é mais uma oportunidade de ultrapassar os limites dos portões das nossas instituições, fazendo chegar o mais longe possível o que produzimos e vivemos em matéria de extensão.</span></p> Cristine Roberta Piassetta Xavier, Hélio da Silva Junior (Org.); Joyce Luciane Correia Muzi (Coordenador de coletânea/obra) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/93 Mon, 31 Jul 2023 00:00:00 -0300 Coletânea Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/94 <p><span style="font-weight: 400;">Este volume faz parte de um projeto maior que começou a ser elaborado durante o ano de 2020, enquanto vivíamos um período que marcou nossas vidas. Foram dias, meses e anos de muitas trocas virtuais que deram origem à </span><span style="font-weight: 400;">Coletânea "Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica". </span><span style="font-weight: 400;">Composta por 5 volumes, a Coletânea contou com a colaboração de profissionais, docentes e artistas de distintas áreas, sobretudo de Artes Visuais, Dança, Música, Teatro, Audiovisual e Literatura, de diferentes Institutos Federais do Brasil. O enfoque está no compartilhamento de projetos, programas, eventos, site, construídos com a intenção de aprofundar conhecimentos artísticos na comunidade interna, levar à comunidade externa ações artísticas e, no caso do uso de redes sociais, difundir informações sobre o que acontece em alguns </span><em><span style="font-weight: 400;">campi</span></em><span style="font-weight: 400;">. Acreditamos que esta é mais uma oportunidade de ultrapassar os limites dos portões das nossas instituições, fazendo chegar o mais longe possível o que produzimos e vivemos em matéria de extensão.</span></p> Carine Rossane Piassetta Xavier (Org.); Cristine Roberta Piassetta Xavier, Joyce Luciane Correia Muzi (Coordenador de coletânea/obra) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/94 Mon, 31 Jul 2023 00:00:00 -0300 Coletânea Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/95 <p><span style="font-weight: 400;">Este volume faz parte de um projeto maior que começou a ser elaborado durante o ano de 2020, enquanto vivíamos um período que marcou nossas vidas. Foram dias, meses e anos de muitas trocas virtuais que deram origem à </span><span style="font-weight: 400;">Coletânea "Ações de Extensão nas Áreas de Arte na Educação Profissional e Tecnológica". </span><span style="font-weight: 400;">Composta por 5 volumes, a Coletânea contou com a colaboração de profissionais, docentes e artistas de distintas áreas, sobretudo de Artes Visuais, Dança, Música, Teatro, Audiovisual e Literatura, de diferentes Institutos Federais do Brasil. O enfoque está no compartilhamento de projetos, programas, eventos, site, construídos com a intenção de aprofundar conhecimentos artísticos na comunidade interna, levar à comunidade externa ações artísticas e, no caso do uso de redes sociais, difundir informações sobre o que acontece em alguns </span><em><span style="font-weight: 400;">campi</span></em><span style="font-weight: 400;">. Acreditamos que esta é mais uma oportunidade de ultrapassar os limites dos portões das nossas instituições, fazendo chegar o mais longe possível o que produzimos e vivemos em matéria de extensão.</span></p> Joyce Luciane Correia Muzi, Ligia Cristina Battezzati (Org.); Cristine Roberta Piassetta Xavier (Coordenador de coletânea/obra) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/95 Mon, 31 Jul 2023 00:00:00 -0300 Vozes dos Silêncios da Cidade de Umuarama https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/80 <p>&nbsp;&nbsp;</p> Mariam Trierveiler Pereira, Juliana Camilo Cavalaro (Org.) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/80 Fri, 23 Jun 2023 00:00:00 -0300 Ciência, Tecnologia e Sociedade em Foco https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/79 <p>A obra que está sendo apresentada neste momento constitui um exemplo de sucesso do trabalho de um grupo de professores e professoras, que, a partir das suas experiências práticas e seu arcabouço teórico, se propuseram ao desafio de escrever um livro interdisciplinar. Esse desafio se dá porque o conceito interdisciplinar, apesar de utilizado com frequência, vem permeado de ruídos diversos que podem resultar em um mal uso da sua proposta. Não obstante, como se o trabalho interdisciplinar já não fosse um desafio grande o suficiente, relacionar este à área da Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), torna-se uma missão hercúlea.</p> <p>Entretanto, a chave encontrada pelos autores no presente livro foi trazer a prática interdisciplinar à área CTS. A partir da experiência profissional e operacional dos aqui envolvidos, a “sala de aula” ganhou uma outra dimensão com o relato e resultados dos projetos de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação apresentados nesta obra. Por este motivo, o honroso convite para prefaciar essa obra delega a enorme responsabilidade de apresentar esta obra inédita à comunidade científica, demais profissionais e estudantes da área CTS e outros interessados no tema. Não que seu conteúdo se restrinja à comunidade acadêmica, pelo contrário. Ao longo dos seus 10 capítulos, os conceitos trabalhados da área interdisciplinar em CTS são apresentados de forma prática, trazendo o contexto e o entorno do Campus Telêmaco Borba, o que torna o livro vivo ao demonstrar como os fundamentos conceituais apresentados podem ser aplicados no cotidiano das pessoas.</p> <p>Percorrendo esses capítulos, inicia-se com o primeiro, de Maria Luiza Kraft Köhler e Felipe Simão Pontes; o mesmo fala sobre como o IFPR a partir das suas práticas educacionais emancipatórias, apresentando impactos positivos na emancipação social da classe trabalhadora. Lucas Anedino de Souza, a partir de um trabalho interinstitucional, no Capítulo 2, cria uma proposta de formação continuada de professores, apresentando o estudante como protagonista da proposta de capacitação e como agente modificador de sua realidade. Já o Capítulo 3, elaborado por Gizele Iank Leite, Mariana Ciminelli Maranho e Rafael Augusto Michelato, apresenta uma proposta de novas abordagens para o ensino, a partir do entendimento interdisciplinar e a utilização de uma sequência didática contextualizada para os estudantes. No Capítulo 4, os autores Leandro Roberto Baran e Stephani Alane Wilczek Spada discutem a problemática da evasão escolar e fazem algumas propostas de ações que favorecem a permanência do estudante e combatem esse sério problema. Katrym Aline Bordinhão dos Santos, no Capítulo 5, faz algumas reflexões sobre a área de língua portuguesa ao longo da formação escolar, em especial a importância desta na pós-graduação. Por sua vez, as autoras Aline Tschoke Vivan e Mariana Ciminelli Maranho, no Capítulo 6, pautam sua discussão em como o componente curricular Educação Física, especialmente as práticas corporais dos jovens, presente nos projetos de pesquisa, ensino e extensão, estão relacionados com os espaços de lazer e as práticas corporais no contexto social atual, incluindo o cenário de pandemia. O Capítulo 7, escrito por William Campos e Rafael João, investiga a viabilidade do aprendizado de física a partir do uso do jogo digital Electrocity, trazendo diversos resultados muito interessantes sobre esta metodologia de ensino. Em um cenário de alto custo associado à robótica e outros artefatos tecnológicos, os autores Leandro Roberto Baran e João Sady dos Santos Neto buscam, no Capítulo 8, uma alternativa para o desenvolvimento das atividades educacionais, avaliando o robô tipo SCARA. Célia Tamara Coêlho traz um olhar para os idosos no Capítulo 9, e busca criar elos entre gerações tendo como principal objetivo a alimentação saudável, aproveitando o contexto para aplicar outros conceitos, como, por exemplo, a educação cidadã e a valorização do idoso. E o Capítulo 10, feito por Ademir Stefano Piechnicki, Flávio Piechnicki e Andrel de Souza Pecete, apresenta um ambiente desafiador ligado ao mundo do trabalho; e ao compreender este discute ações para auxiliar os jovens, em sua formação, na busca por colocação, posicionamento e permanência profissional.</p> <p>Ao longo de todos esses capítulos, vale ressaltar que o que está sendo entregue à sociedade é um livro que reúne não apenas os resultados de um extenso, complexo e bem-sucedido trabalho interdisciplinar de professores e professoras do Campus Telêmaco Borba, mas também uma importante fonte de consulta para diferentes projetos e propostas de estudos na área CTS. Acima de tudo, espera-se que os autores e autoras do “Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) em foco: reflexões sobre o ensino, a pesquisa e a extensão” continuem a encorajar jovens pesquisadores e estudantes a observarem com outros olhos o mundo em que vivemos. Entende-se assim, que os capítulos apresentados nesta obra são o começo de muitas outras iniciativas similares, que atualizarão frequentemente os conhecimentos técnicos na área interdisciplinar em CTS. Convidamos então, cada leitor e cada leitora a desfrutar desta importante fonte de conhecimento.</p> Mariana Ciminelli Maranho, Katrym Aline Bordinhão dos Santos, Leandro Roberto Baran (Org.) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/79 Tue, 13 Jun 2023 00:00:00 -0300 Educação Profissional e Tecnológica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/76 <p>"Educação Profissional e Tecnológica: Debates e pesquisas" reúne textos que emergem de um projeto acalentado desde 2018, no Programa de Educação da Universidade Tuiuti do Paraná. Organizada por dois jovens doutores formados no PPGED/UTP e servidores do Instituto Federal do Paraná, publicada pela Editora IFPR, a obra traz à tona questões sobre o campo da Educação Profissional, Técnica e Tecnológica. Com enfoque nas lutas e disputas com projetos do capital, os capítulos apresentam a problematização e formulação de políticas para o setor, considerando sobretudo os interesses das classes trabalhadoras. O primeiro capítulo aborda tecnologia e desenvolvimento a partir das formulações de Álvaro Vieira Pinto. Já o segundo<br>discute o Ensino Médio Integrado ao Técnico, tema atualíssimo frente à reforma do Ensino Médio. O terceiro capítulo apresenta a importância da Filosofia no Ensino Técnico, defendendo sua presença como ciência do entendimento humano e social. O quarto capítulo trata da formação de professores da Educação Profissional e Tecnológica. O quinto aborda a política de assistência ao estudante da Educação Profissional. Por fim, o sexto capítulo retoma temas importantes que dizem respeito<br>à relação entre educação, desenvolvimento e formação humana. Uma obra fundamental para professores, pesquisadores e estudantes interessados no tema.</p> Luiz Aparecido Alves de Souza, Izaias Costa Filho (Org.) Copyright (c) 2023 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/76 Fri, 05 May 2023 00:00:00 -0300 Currículo Integrado +5 https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/54 <p>.</p> David José de Andrade Silva, Hugo Emmanuel da Rosa Corrêa (Org.) Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/54 Thu, 06 Oct 2022 00:00:00 -0300 O Espaço da Literatura no Ensino Médio Técnico e Tecnológico https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/50 <p>Por que ler literatura? Por que estudar literatura? São questionamentos que nos lançam, amiúde, alunos, colegas de instituição, amigos, agências de fomento, gestores e governantes. Para que literatura? Por que agora? Apesar de celebrada como produto sofisticado de uma sociedade letrada e, ainda que possa parecer alternativo ou cult exibir-se com livros em mãos ou decorar redes sociais com citações literárias, a verdade é que escrever, ler ou estudar literatura parece sempre requerer um cabedal cada vez mais diversificado de justificativas, quanto mais obscuros, autoritários e utilitaristas se tornam os tempos que a abrigam. Para explicar sua existência, ao longo dos séculos, muitas foram as roupagens filosóficas, antropológicas e sociais com as quais a literatura foi revestida e, por meio das quais, pôde existir e ocupar lugar. De objeto de culto ao belo, elitista e sacralizada, à arma política na luta por equidade social ou agente potencial de humanização, artefato cultural ou de entretenimento, o fato é que a literatura parece resistir às intempéries das épocas e continuar respirando sob cada um desses invólucros. E, em tempos de medo e violência como os que vivemos, é imprescindível que a literatura exista em todos os seus sentidos, sobretudo, naqueles que se revestem de resistência, de alteridade e de multiplicidade, ainda que ela atue, afirma Javier Marías, ao citar Faulkner, como um palito de fósforo nos conscientizando cada vez mais sobre a escuridão que nos cerca.</p> <p>É nesse intuito, o de acender pequenas chamas, que este livro apresenta uma coletânea organizada em duas partes que compreendem “Ensino de literatura” e “Estudos literários”. Os capítulos que compõem esta proposta foram produzidos pelos docentes de línguas do IFPR e refletem tanto suas práticas de ensino, quanto suas pesquisas no campo da literatura. A parte I traz o primeiro capítulo que divulga os resultados prévios alcançados durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa intitulado “Literatura na Web: a produção de podcasts e booktubes no ensino de língua portuguesa e literatura no IFPR”. Essa pesquisa está sendo realizada nos campi Paranaguá e Colombo desde 2019 e possui como objetivo central a formação de leitores literários. Para tanto, a docente parte da práxis, ou seja, das condições materiais do ensino de língua portuguesa e busca compreender primeiramente o que os estudantes sabem a respeito dos gêneros digitais. Com essa informação em mãos, a autora propõe uma metodologia viável para o ensino de literatura no âmbito do Ensino Médio Integrado (EMI).</p> <p>Segundo ela, as novas tecnologias e os gêneros textuais/literários que circulam nas redes sociais e plataformas de streaming nos mobilizam a repensar estratégias metodológicas, haja vista que o ponto de partida é a compreensão de que são objetos de ensino e aprendizagem cujo objetivo está focado na formação de leitores literários. E, devido a isso, torna-se salutar repensar as metodologias de ensino de literatura, no intuito de vislumbrar nos gêneros digitais uma oportunidade de conquista da atenção discente.</p> <p>O segundo capítulo, “Ler e Escrever Caminham Juntos: o jornal colaborativo ‘O Clube’ e o incentivo à escrita literária”, é a apresentação de um projeto de extensão do Instituto Federal do Paraná, campus Pinhais. O jornal “O Clube” foi criado em 2019, com o objetivo de divulgar a agenda do projeto de extensão “Clube de Leitura” que já ocorria desde o ano anterior. Destaca-se que o formato era impresso, entretanto, com o isolamento social, o jornal passou a ser virtual, tornando-se, efetivamente, um jornal colaborativo; além de resenhas e textos de opinião, segundo as autoras, o jornal conta com uma seção dedicada à publicação de textos literários elaborados pelos próprios estudantes do campus. Dessa forma, este artigo tem como objetivo relatar a experiência obtida com a implantação do jornal, bem como discutir a relação entre leitura e escrita criativa, levando-se em consideração a importância da literatura na formação do sujeito. Isso poderá ser conhecido pela apresentação do jornal ‘O Clube’, impresso, e a experiência posterior na criação do blog para o jornal virtual, que descrevem a concepção da proposta de oficinas de escrita criativa para os estudantes e os resultados obtidos.</p> <p>Nesta obra polifônica, não poderia faltar um capítulo que abordasse o ensino da literatura inglesa. Em “Os Textos Literários nas Aulas de Língua Inglesa: relato de uma prática com os Limeriques de Lear”, a ideia é mostrar uma possibilidade de trabalho com textos literários nas aulas de língua inglesa, pois há algumas inquietações em relação ao trabalho realizado nas nossas salas de aula de línguas, nos materiais didáticos, e especialmente como o professor tem se colocado diante desse questionamento. Segundo a autora, o objetivo é instigar o pensamento e a curiosidade para que o tema fique em evidência por sua relevância e pelas inúmeras possibilidades que o uso da literatura nos traz, tanto no que tange ao trabalho com as habilidades básicas da língua inglesa (ou seja, leitura, escrita, compreensão oral e conversação), como também às áreas de linguagem (ou seja, vocabulário, gramática e pronúncia). As razões do uso de textos literários em sala de aula de língua estrangeira são enfatizadas de modo a familiarizar o leitor sobre os critérios subjacentes para o uso de tais textos. Os benefícios de diferentes gêneros de literatura (ou seja, poesia, contos de ficção, drama e romance) trazidos ao ensino de línguas também recebem destaque, visto que o texto literário corrobora a formação de um sujeito cidadão com competência criativa, consciente social e culturalmente.</p> <p>O artigo “Literatura para quem? Um olhar sobre a Ficção Brasileira do início do séc. XXI”, embora não seja uma prática de ensino, possibilita aos/ as docentes refletirem acerca da produção literária de destaque na pós-modernidade que normalmente aparece nas listas de vestibulares, ENEM etc. A pesquisa inicia um mapeamento dos dispositivos de legitimação, aos quais escritores e escritoras devem se submeter, para obter alguma notoriedade no segmento canônico da literatura brasileira. Embora o capítulo tenha sido elaborado em coautoria, optou-se por uma voz de pesquisadora/professora de Ensino Médio Técnico para abordar as rotas de projeção e consagração de alguns autores, as suas estratégias de inserção no mercado literário, as escolhas temáticas e as marcas de distinção de suas criações. Com a observação desta pesquisa, foi possível perceber que a apresentação de obras e autores contemporâneos em resenhas e críticas é, na maioria das vezes, chancelada pela indicação deles a prêmios literários ou pelas garantias de qualidade fiadas por um especialista em literatura ou crítico de renome. Com relação aos prêmios, além de serem meios de obtenção de divulgação e notoriedade para os escritores, também são as mais rentáveis do ponto de vista econômico. Isso porque podem proporcionar aos autores projeção nacional, possibilitando a dedicação exclusiva à escrita.</p> <p>Na parte II do livro, compartilhamos artigos representativos das várias pesquisas que têm sido desenvolvidas por nossos docentes de literatura em diversos campi do IFPR. Para além das pesquisas que envolvem as práticas docentes, ou seja, o ensino-aprendizagem, os docentes dedicam-se ao enriquecimento das análises e das críticas que compõem o arcabouço dos estudos literários nacionais e internacionais. Os textos propõem discussões com temáticas em ebulição, sejam polêmicas ou dolorosas, essas feridas são ex- postas também na arte literária, que se não imita a vida, a retrata de diversas formas, inúmeras vezes.</p> <p>O capítulo “A trajetória do Romance Histórico Paranaense: tradição, desconstrucionismo e mediação – algumas considerações” destaca que os diálogos entre história e ficção são motrizes para muitas discussões contemporâneas. Uma delas trata das possibilidades de a literatura de extração histórica trabalhar como meio à descolonização. A pesquisa apresentada neste capítulo busca averiguar se as narrativas de extração histórica paranaenses se comportam como elementos ativos no processo de descolonização epistêmica ou se ainda perpetuam noções com matizes colonizadas sobre a tônica escolhida.</p> <p>Esse capítulo é um recorte do projeto doutoral da autora (em andamento), que investiga a trajetória do romance histórico paranaense, em relação ao seu desenvolvimento no Brasil e América Latina. Investiga a instalação do gênero no território americano, suas primeiras expressões em território paranaense e seu desenvolvimento até as produções contemporâneas. Para tanto, ela trata de questões pontuais presentes nos romances que ressignificam os processos colonizadores e de povoamento do Estado. As narrativas revelam a essência, as ideologias que as movem e os procedimentos escriturais que as edificaram.</p> <p>O capítulo “A violência do racionalismo hegemônico e a perspectiva antropofágica do apocalipse ecológico em A História de Animal, de Indra Sinha”, nos aproxima da literatura hindu, tão pouco lida e comentada em nossas aulas de literatura. Muitos textos literários pós-coloniais se caracterizam pela abordagem da relação estabelecida, no passado e no presente, entre a Europa e suas ex-colônias, evidenciando a tensão e a fatura nada positiva entre elas. O romance abordado nesta análise problematiza mais do que o contato entre americanos e indianos, mas a ação predatória do ocidente sobre a Índia; uma ideologia que implicou em uma crise ecológica sem precedentes. Por essa razão, este trabalho pretende colocar em evidência a violência racionalista praticada pela hegemonia ocidental na/contra a cidade fictícia de Khaufpur, na Índia, e o modo como ela impactou negativamente a existência de entes humanos e não-humanos. Tem-se como objetivo, ainda, mostrar que, apesar disso, eles persistem subvertendo a tentativa de extinção a que foram submetidos por um apocalipse antropogênico. Para tanto, procede-se à pesquisa bibliográfica de trabalhos que analisam práticas de racismo ambiental, especialmente, nos países do sul global, e que têm como corpus o romance A História de Animal. O jovem protagonista relata as impressões e conflitos de sua própria vida e conflitos de outros, oriundos de um desastre químico ocorrido há duas décadas. Esse evento trágico descrito no romance ficcionaliza a tragédia de Bhopal, em dezembro de 1984, que foi caracterizada pelo vazamento de gás na fábrica de pesticidas de uma empresa americana que atuava naquele território. Uma tragédia criminosa que marcou a história de milhares de pessoas. Este texto é parte da pesquisa de doutorado da autora sobre a contestação do humanismo racionalista em textos literários pós-coloniais.</p> <p>Dentre as temáticas com trato dolorido, no capítulo “Por Desejo, Por Amor ou Por Solidão, suicidam-se as mulheres-princesas, de Marina Colasanti”, a autora aborda o suicídio, um assunto ainda tabu em nossos dias, que urge ser discutido, lembrado e analisado. O suicídio é uma das questões fundamentais da nossa existência, pois se refere ao ato de tirar a própria vida ao se matar e, por isso, merece reflexão, já que cessar a própria vida pode ter justificativas nem sempre aceitáveis socialmente e nunca aceitáveis religiosamente (para os cristãos), talvez porque põe em xeque a ideia de livre arbítrio. O texto inicia por conceituar o que é suicídio e segue com um referencial bibliográfico que embasa a construção textual sobre o tema e assinala algumas possibilidades e/ou justificativas para que um ser humano acabe intencionalmente com sua existência. O percurso teórico que a autora segue a conduz a duas hipóteses teóricas para auxiliar na compreensão das razões deste ato e auxiliam na interpretação dos contos escolhidos: a liberdade e a libertação.</p> <p>O capítulo “Vozes do Povo em Primeiras Estórias, de Guimarães Rosa”, esclarece que o livro é composto por vinte e um contos curtos que apontam para uma arquitetura estratégica, um verdadeiro projeto rosiano, tópico ainda não devidamente explorado pela fortuna crítica. Com destaque, a crítica tem olhado para os contos inicial e final, As margens da alegria e Os cimos, nos quais o protagonista é um mesmo menino em viagem a uma cidade em construção, e o conto mediano, que tem por título O espelho. No Banco de Dados Bibliográficos da Universidade de São Paulo (USP) consta que a produção de Guimarães Rosa é uma das mais analisadas do Brasil, dos quase 5 mil registros, que incluem teses, dissertações, artigos jornalísticos e acadêmicos, livros, prefácios e trabalhos apresentados em eventos. Nesses dados consta que pouco mais de 600 se referem a Primeiras Estórias, o que aponta grande hiato crítico sobre a obra. Diante dessa constatação, a proposta do autor é contribuir com a crítica de Rosa e do texto referido, portanto propõe analisar as vozes do povo presentes na obra, considerando as várias possibilidades na definição do termo “povo”, seja como “coletividade”, “público”, “comunidade”, “popular”, questionando como essas vozes se articulam à narrativa e a seus elementos (personagens, espaço, narrador, tempo), valores e visões.</p> <p>Das vozes das posições-sujeito dos textos rosianos, partimos para as vozes femininas. O capítulo “A mulher não vence a Odisseia” mergulha na temática da violência contra a mulher também presente ou representada na literatura, visto que viver com medo da violência urbana é uma realidade que ninguém compreende melhor do que as mulheres. A insegurança acompanha a todas, em todos os momentos, e esse sentimento não é “mimimi”, como pode ser denominado por algumas pessoas que invisibilizam a luta por equidade travada pelas mulheres. Os autores trazem dados do Atlas da Violência 2020, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), visando apontar a relevância de falar a respeito da violência que atinge as mulheres de nosso país.</p> <p>De acordo com a autora e o autor, os pontos levantados podem e devem fazer parte dos questionamentos do professor do Ensino Médio, tanto no ensino regular quanto no técnico. Docentes da área de Letras podem se utilizar da literatura para fomentar discussões e reflexões necessárias à sociedade, essa seria uma das formas de fazer com que o discente se sinta confortável com a literatura. Além disso, poderia levá-lo a entender que a leitura é uma forma de se encontrar e se conectar com o mundo. A escolha de A Odisseia de Penélope, de Margaret Atwood (2005), é justamente porque se aproxima da epopeia grega Odisseia, de Homero, entretanto, é outra perspectiva de construção de personagem, com as quais as mulheres/meninas/ adolescentes podem se sentir representadas. Como a leitora e o leitor poderão perceber, os capítulos deste livro objetivam divulgar as pesquisas científicas dos mestrados e doutorados dos participantes, assim como as práticas docentes no ensino de literatura nas salas de aulas do IFPR. Nós docentes vivemos neste limiar entre teoria e prática. Nossas abordagens didáticas refletem o escopo teórico que embasam nossas análises. E, com este trabalho, esperamos estar contribuindo com as discussões que permeiam e movimentam as pesquisas na disciplina de literatura.</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Alessandra Cristina Valério</em></p> <p><em>Ana Maria de Fátima Leme Tarini </em></p> Alessandra Cristina Valério, Ana Maria de Fátima Leme Tarini (Org.) Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/50 Fri, 26 Aug 2022 00:00:00 -0300 Teorias e Práticas do Ensino de Línguas no IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/51 <p>Este livro é herdatário de dois grandes desafios. O primeiro diz respeito à própria natureza do ensino de línguas no Brasil, que prevê, por meio dos documentos oficiais como a Base Nacional Curricular Comum (2018) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), o cotejo às diferentes dimensões da linguagem, em seus eixos: oralidade, escuta, escrita, leitura e análise linguística e semiótica, atravessados, ainda, pelo estudo da Literatura. Se a língua é o objeto de ensino e, considerando o pressuposto nuclear da Linguística de que é o ponto de vista que cria o objeto, é necessário aos professores e pesquisadores lançarem mão de diferentes olhares para o estudo da língua a fim de derivarem subsídios que sustentem todos os eixos do ensino-aprendizagem desta área — e esse é um desafio constante. O segundo desafio diz respeito à promoção do intercâmbio das práticas de ensino de línguas no âmbito do Instituto Federal do Paraná – instituição plural e multicampi – em prol de um ensino-aprendizagem que esteja assentado, de um lado, nas pesquisas e teorias de ensino; de outro, que valorize a diversidade e especificidade de cada público e contexto em que ocorre.</p> <p>Tendo em vista essas provocações, este livro busca apresentar práticas oriundas de pesquisas sobre o ensino, integrando também os diferentes campi que compõem o IFPR e foi idealizado para abarcar a multiplicidade de abordagens teóricas que, inevitavelmente, atravessam as práticas de ensino. O livro está organizado em quatro capítulos iniciais que tratam da aula de português como língua materna e um quinto capítulo que destaca o seu papel como segunda língua para surdos. Os capítulos seis a oito abordam as línguas estrangeiras, tendo maior destaque a língua inglesa e a língua espanhola, que fazem parte da maioria dos currículos dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do IFPR. O nono capítulo, por fim, traz a concepção de interculturalidade, que se estende ao ensino de todas as línguas e fecha, com chave de ouro, a obra. O título do presente livro faz referência aos termos “teoria” e “prática”. No entanto, em se tratando do contexto de um Instituto Fede- ral e, consequentemente, de Educação Profissional e Tecnológica, não entendemos tais termos por meio de uma relação hierárquica. O ato de fazer deve ser compreendido, por si próprio, como um saber, visto que o trabalhador realiza suas ações por meio de um processo que envolve não só a realização física do fazer técnico, mas também uma metodologia complexa e um histórico de modelos cognitivos que orientam tal realização. No que concerne ao campo do Ensino de Línguas, entendemos que teoria e prática são domínios em constante relação: a teoria partindo de problemas da realidade em sala de aula; e a prática, por sua vez, trazendo dados a serem analisados por determinados pressupostos teóricos. Dessa maneira, trazemos, na sequência, a apresentação resumida dos capítulos, contemplando as teorias e as práticas de ensino neles desenvolvidas.</p> <p>O capítulo que abre o livro, “A Semântica que não se ouve: a genericidade e a construção argumentativa em textos de estudantes”, de Lorena Izabel Lima, apresenta as discussões acerca da autoria no Ensino Médio e a presença de expressões cristalizadas, denominadas construções prototípicas. O capítulo é fruto de tese de doutorado da professora, cujos participantes foram estudantes do IFPR Campus União da Vitória. A partir de uma abordagem semântica, a autora analisa textos produzidos no gênero discursivo redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e relaciona a ocorrência de sentenças prototípicas à natureza do gênero eleito e às sequências textuais. Na sequência, a autora sugere atividades de análise linguística em prol de atividades que valorizem a gramática como recurso fundamental para desenvolver a consciência linguística e a autoria dos estudantes.</p> <p>O capítulo “Marcas de Autoria no Texto Escolar – uma janela sobre a palavra do aluno”, de Juliana Pretto, também aborda a atual e problemática questão da autoria em redações do Enem, a partir da abordagem da Análise do Discurso. Para discutir a questão da autoria no texto escolar, é apresentada uma redação elaborada em contexto de sala de aula do Campus Paranaguá do IFPR, e são analisados indícios de autoria, relacionando-os às noções de estilo, com respaldo metodológico no paradigma indiciário de investigação. O texto é arrematado por uma rica reflexão acerca da noção de autoria e do ensino da escrita, apontando lacunas a serem repensadas na avaliação do ENEM e também no contexto escolar.</p> <p>O capítulo “Diálogos entre Literatura e Cinema: um estudo comparativo envolvendo Policarpo Quaresma”, assinado por Alessandra Bernardes Bender e pela professora de sociologia Cybelle Martins de Lara Cardozo, trabalha discursos das esferas sociais de circulação literária e midiática com estudantes do Ensino Médio do Campus União da Vitória. O trabalho aponta e valoriza a potência das adaptações de literatura para o cinema, linguagens independentes, como fortes instrumentos de humanização e sensibilização dos estudantes. Subsidiadas pela Estética da Recepção e pelo olhar sociológico da professora Cybelle, as autoras apresentam as discussões e interpretações de estudantes acerca da adaptação da obra literária “Triste fim de Policarpo Quaresma” para a obra fílmica “Quaresma – Herói do Brasil” e refletem sobre as possibilidades de aprendizagem por meio da aproximação dessas duas linguagens, apontando possibilidades da análise semiótica, preconizada nos documentos oficiais de ensino.</p> <p>O capítulo “O ethos do projeto político pedagógico do IFPR, Foz do Iguaçu: proposta didática para o ensino de língua portuguesa”, a partir da análise do discurso, desloca o olhar para os documentos que orientam a atuação do IFPR do Campus do Foz Iguaçu e propõe o trabalho de leitura com partes do documento com estudantes do Curso Técnico em Meio Ambiente, a fim de refinar e ampliar a capacidade de leitura de textos com maior complexidade, conforme preconizado pelos documentos oficiais. Nesse sentido, os autores Luciano Marcos dos Santos e Denise R. da Silva Moraes, além de analisar o ethos institucional, propõem que a leitura de documentos institucionais seja uma alternativa para abarcar o campo de atuação na vida pública.</p> <p>O capítulo “Práticas de Letramento Acadêmico por Sujeitos Surdos Bilíngues” apresenta narrativas de sujeitos surdos em âmbito universitário. São transcritos depoimentos muito ricos e comoventes referentes à sua trajetória educacional e às principais dificuldades encontradas no Ensino Superior. O grupo de participantes da pesquisa é composto por surdos bilíngues, graduados, professores e com especialização na área da Educação. As autoras Josiane Junia Facundo e Ana Lúcia de Campos Almeida partem de teorias de letramento e dos conceitos de reterritorialização e de descoleção para abordarem aspectos específicos da inserção de surdos em ambientes acadêmicos.</p> <p>O capítulo “O Ensino de Gramática da Língua Inglesa por meio de Mecanismos de Consciência Linguística” expõe exemplos práticos de trabalho gramatical consciente e crítico, frutos de um projeto de pesquisa voltado para uma turma do 2º ano do Curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio, do ano de 2016, do Campus União da Vitória, do Instituto Federal do Paraná. A autora Alessandra Bernardes Bender utiliza o referencial teórico do Método de Aprendizagem por Descoberta, além de orientações, diretrizes e parâmetros curriculares de língua estrangeira. O resultado é a compreensão da sala de aula de língua inglesa como um laboratório de pesquisa, em que os educandos operam com a percepção de um determinado evento gramatical, com a criação de hipóteses e com a manipulação da língua-alvo.</p> <p>O capítulo “Estratégias para Compreensão Leitora em Línguas Estrangeiras” traz os resultados de um projeto de pesquisa do Campus Telêmaco Borba, do Instituto Federal do Paraná. Em sua fundamentação teórica, as autoras Kelly C. Frigo Nakayama e Katrym A. Bordinhão dos Santos discutem os conceitos de leitura e de multiletramentos, além do processo de aprendizagem de língua estrangeira. Inicialmente, o projeto verificou, por meio da aplicação de questionários, quais eram os hábitos e as técnicas de leitura mais utilizadas. Os participantes foram estudantes oriundos do 1° e dos 4° anos do curso Técnico Integrado em Automação Industrial, em 2019. Como resultados da pesquisa, as autoras apresentam uma lista de sugestões e um mapa conceitual referente às estratégias que podem auxiliar os estudantes de Língua Estrangeira em sua compreensão leitora.</p> <p>O capítulo “Produção de Tiras Cômicas nas Aulas de Línguas Estrangeiras: uma proposta interdisciplinar”, de Ana Maria de Fátima Leme Tarini e Bárbara Elisa Marques, foi escrito no contexto da pandemia, tendo como objetivo promover a compreensão do processo de produção deste gênero textual nos componentes curriculares de Língua Inglesa e Língua Espanhola. A atividade foi desenvolvida com estudantes dos primeiros anos dos cursos Técnico em Administração e Técnico em Informática, ambos integrados ao Ensino Médio, do IFPR, campus Pinhais. O escopo teórico-metodológico do capítulo parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEMs), em sua defesa por uma abordagem que considere a realidade dos estudantes, sua cultura e história. Os resultados compreendem produções que retratam situações de preconceito vivenciadas pelos estudantes em seu cotidiano, tais como sexismo, gordofobia e preconceito linguístico.</p> <p>O capítulo “Reflexões para o Ensino de Línguas em Contextos Multilíngues – um olhar para a fronteira” tem início com um olhar específico das peculiaridades do Campus Foz do Iguaçu, do Instituto Federal do Paraná. A situação multilíngue do campus é caracterizada, principalmente, pela presença de alunos paraguaios em sala de aula. No entanto, a autora Marcia Palharini Pessini argumenta, embasada no conceito de interculturalidade, que é importante que todos os professores de línguas evitem práticas orientadas por uma concepção monolíngue, geradora da mera reprodução cultural de um grupo dominante. Um dos exemplos inspiradores citados durante o desenvolvimento do texto, em que a orientação multilíngue foi priorizada, envolve a surpresa dos alunos paraguaios ao serem incentivados a apresentarem trabalhos orais na sua língua de preferência. Pessoalmente, gostaríamos de acrescentar, ainda, que é válida a reflexão sobre a necessidade de que professores em geral — não somente da área de línguas — também considerem este posicionamento mais aberto e flexível a outras línguas e culturas.</p> <p>A partir desse panorama, podemos alegremente afirmar que este livro é fruto de um esforço coletivo dos docentes da área de linguagens e se torna possível graças ao engajamento pedagógico e científico dos servidores do IFPR. Esperamos que as leituras enriqueçam as possibilidades de atuação em sala de aula e que também promovam o intercâmbio de atividades e de diálogos entre os autores, seus pares e a comunidade acadêmica. Agradecemos a todos os colaboradores desta obra, professores, alunos, servidores e à Editora do IFPR. Considerando que a palavra está sempre em busca de uma resposta, conforme ensina Bakhtin, este livro pretende fomentar o diálogo e o reconhecimento das pesquisas desenvolvidas nos diversos campi do IFPR e colocar a palavra no lugar que lhe cabe: de eterno movimento.</p> Alessandra Bernardes Bender, Lorena Izabel Lima (Org.) Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/51 Fri, 26 Aug 2022 00:00:00 -0300 Diálogos entre CTS e Educação Profissional e Tecnológica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/40 <p>A presente coletânea é destinada a todos/as os/as envolvidos/as com a Educação Profissional e Tecnológica (EPT): docentes, servidores técnico-administrativos, estudantes e comunidades escolares em geral. Resultados de pesquisas desenvolvidas entre os anos de 2017 e 2020 no Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS) do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), os capítulos apresentam uma possível visão sobre a EPT brasileira a partir da perspectiva interdisciplinar CTS.</p> <p>Trata-se de um conjunto de artigos que compartilham conhecimentos produzidos no âmbito do PPGCTS, reforçando o caráter público e democrático da pesquisa desenvolvida na pós-graduação do IFPR e, em especial, no Campus Paranaguá. A socialização desses novos conhecimentos é fundamental para ampliar a discussão sobre a EPT brasileira, sua história, princípios e desafios. Além disso, os textos contribuem para lançar novos olhares e construir aportes teóricos originais para a pesquisa sobre a educação profissional, apresentando como chave analítica as relações dinâmicas entre Ciência, Tecnologia e Sociedade trazidas à tona pelos estudos CTS.</p> <p>As características dos artigos são diversas: reflexões conceituais sobre as relações entre trabalho e educação, possibilidades de mobilizar o leito teórico CTS para compreender fenômenos vinculados à EPT, análise de casos específicos e temáticas fundamentais para se pensar a educação profissional hoje, como, por exemplo, gênero e educação inclusiva.&nbsp;</p> <p>O primeiro capítulo, de autoria de Lucas Barbosa Pelissari, analisa a relação entre a EPT e a categoria desenvolvimento. As reflexões possuem como eixo articulador a crítica advinda dos estudos CTS, mais especificamente do projeto nacional democrático-popular formulado pelo Pensamento Latino-americano em CTS (PLACTS). Parte de uma breve revisão bibliográfica sobre a questão do desenvolvimento no campo de estudos Trabalho-Educação, diagnosticando a fragilidade do tema nas <br>elaborações sobre a educação profissional. Além disso, analisa as mudanças mais recentes ocorridas nas políticas públicas de EPT no Brasil, situando-as na conjuntura político-econômica mais geral do país. Com sso, identifica os limites da relação EPT/desenvolvimento quando não inserida em projetos que construam alternativas regionais autônomas e soberanas para a cultura, a ciência e a tecnologia de nações dependentes. Apresenta, como alternativa, a crítica elaborada pelo PLACTS ao discutir o papel da participação popular no âmbito das políticas públicas de educação, de ciência e tecnologia (C&amp;T) e de pesquisa e desenvolvimento (P&amp;D).&nbsp;</p> <p>O segundo capítulo, escrito por Fabíola Soares Arcega e Bruna Ronconi de Nazareno, discute conceitualmente a relação entre educação e trabalho no Brasil, possibilitando um diálogo original entre o campo de estudos Trabalho-Educação e a perspectiva CTS. Após uma apresentação da matriz teórica que fundamenta este campo e um recorrido histórico sobre o tema, as autoras discutem transformações recentes na política de EPT, procurando compreender possibilidades e fragilidades no enfrentamento do panorama estrutural de desigualdade educacional vivido pela formação social brasileira.</p> <p>Cíntia de Souza Batista Tortato e Josiane de Souza Surmani trazem, no terceiro capítulo, algumas relações entre educação profissional, CTS e gênero. A partir de um posicionamento crítico, as autoras verificam como importantes vertentes feministas do campo CTS vêm questionando a construção da ciência. Entre esses questionamentos, a não neutralidade da ciência evoca a percepção das questões de gênero na exclusão histórica das mulheres e na correspondente associação de capacidades atreladas a gênero na constituição dos variados campos do saber científico, tecnológico e profissional. Dessa forma, o capítulo lança elementos para compreensão da chamada divisão sexual do trabalho que se manifesta no campo da educação profissional e precisa ser problematizada.</p> <p>O quarto capítulo, escrito por Fabiana Ribeiro da Silva Ramos e Sidney Reinaldo da Silva, trata de uma discussão sobre diretrizes curriculares do Ensino Médio integrado a partir de uma interlocução com o campo de estudos CTS. Tema de extrema relevância no cenário da educação básica atual, o estudo apresentado procura estabelecer as relações entre o Documento Base orientador dos princípios do Ensino Médio Integrado e o campo CTS, no que relaciona com indissociabilidade a formação humana e as dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. Trabalho como princípio educativo e concepções de ciência e tecnologia são analisados de forma crítica sob a perspectiva de CTS, buscando compreender a forma com que são propostas as diretrizes curriculares e qualificando a discussão sobre alternativas possíveis para o momento atual.</p> <p>Abordagem CTS por meio da modelagem computacional em cursos federais de Engenharia Mecânica, título do quinto capítulo, escrito por Mateus das Neves Gomes e Rodrigo Costa Batista, apresenta um estudo sobre a composição curricular a partir da modelagem computacional. Colocando a recente entrada dos Institutos Federais na oferta de cursos de Engenharia Mecânica, juntamente com Universidades públicas e privadas, os autores abordam a expansão e as problemáticas em torno das composições dos currículos relacionados. Apresentam, com isso, as possibilidades da utilização da modelagem computacional não só como ferramenta de aprendizagem, mas como área de interlocução com abordagens CTS. Essa interlocução considera a possibilidade de uma formação em engenharia para além da técnica, abrangendo pressupostos humanistas, críticos e reflexivos. O trabalho traz as análises dos currículos e aponta posicionamentos sobre a formação em Engenharia Mecânica no universo pesquisado.</p> <p>No sexto capítulo, Sidney Reinaldo da Silva e Kellen Smak apresentam reflexões substanciais a respeito da gestão da educação profissional no Brasil, a partir de análise do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec). Após revisitar o estado da arte da educação profissional no Brasil, constatam que a ampliação da oferta de vagas foi condição sine qua non para a garantia das metas do Plano Plurianual (PPA) do governo federal, a partir do ano de 2011. No entanto, mobilizando de maneira criativa o ferramental teórico CTS, concluem que a gestão do ensino técnico no âmbito do Pronatec, frente à oferta de <br>vagas em parcerias público-privadas, não tem condições de atender ao requisito da gestão democrática.</p> <p>Por fim, o sétimo capítulo, de Alysson Ramos Artuso e Maria Zildomar de Lima e Silva, oferece uma importante reflexão envolvendo CTS e educação inclusiva. A partir da compreensão do lugar da educação inclusiva diante dos pressupostos e desafios da educação brasileira, os autores fazem paralelos entre esta e o campo de estudos CTS. A leitura traz um pouco da história do campo CTS como um corpus de estudos, pesquisas, reflexões e posicionamentos críticos diante do desenvolvimento tecnológico e científico, alertando para a desumanização de processos e abordagens que envolvem a educação. Os autores retomam a perspectiva brasileira destacando três grandes linhas na trajetória dos estudos CTS: pesquisa, políticas públicas e educação. Em seguida as conexões são traçadas retomando pontos fundamentais sobre a construção de CTS, sua(s) abrangência(s), possibilidade(s), deslocamento(s), construções e posicionamentos de ordem econômica, social, ambiental e política. Os <br>autores colocam a questão da educação inclusiva como um dos pilares da forma com que a área de CTS pensa a educação e insere uma perspectiva de formação da cidadania. Nesse sentido, contribuem de maneira profícua para reflexões sobre a inclusão no âmbito da educação profissional.</p> <p>Todos os trabalhos compõem um esforço mais amplo de pesquisa em CTS que vem sendo desenvolvida no litoral do Paraná. No segundo semestre de 2017, foi iniciada a primeira turma do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS) do IFPR Campus Paranaguá. Desde então, todos que participam do programa, sejam docentes, estudantes, convidados ou colaboradores, têm construído coletivamente abordagens, metodologias e análises que participam da constituição do campo de CTS com perspectivas regionais e globais articuladas. Tem sido um desafio e uma grande responsabilidade construir esse <br>projeto, que produz impactos sociais, culturais, científicos e econômicos diretos na região. Esperamos que a leitura desafie e seja um convite para essa grande empreitada que é fazer ciência, educação e democratizar saberes.</p> <p><em>Cíntia de Souza Batista Tortato</em><br><em>Lucas Barbosa Pelissari</em></p> Cíntia de Souza Batista Tortato, Lucas Barbosa Pelissari (Org.) Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/40 Wed, 06 Jul 2022 00:00:00 -0300 A Geografia no IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/41 <p>O Instituto Federal do Paraná (IFPR) é uma instituição que ao longo dos últimos 12 anos vem se tornando referência no estado do Paraná em educação profissional e tecnológica, estando presente em 26 municípios com mais de 30 mil estudantes matriculados nos cursos presenciais e a distância, ofertados nos 349 cursos entre formação inicial e continuada, técnicos (integrados e subsequentes), graduações e pós-graduações. Para os docentes da área de Geografia é grande as possibilidades de atuações nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Este livro é o resultado do esforço coletivo de parte destes docentes e surgiu com a ideia de produzir um material que representasse um pouco das reflexões, produções, práticas e, por que não, angústias desses servidores. Por isso, foi organizado com um conjunto de textos que abordam temáticas diversas dentro do universo geográfico, mas claro que, como se trata de um livro feito por professores e para professores, as temáticas invariavelmente passam pelo ambiente escolar, em especial com a cara do IFPR e que compartilhasse essas experiências.</p> Leandro Rafael Pinto, Diogo Labiak Neves (Org.) Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/41 Wed, 06 Jul 2022 00:00:00 -0300 O império das Províncias https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/42 <p>O Império das províncias é uma obra de história constitucional com abordagem micro-histórica. Sobretudo pela análise de quatro artigos anônimos publicados em 1888, num jornal paranaense, o livro ilustra questões político-constitucionais do Brasil imperial. Intitulados O governo e a oposição, os textos foram escritos pelo chefe de polícia, João Coelho Gomes Ribeiro, em defesa do presidente do Paraná. A discussão pública em que os artigos anônimos se inseriam era um breve episódio da grande disputa pelo Ato Adicional de 1834. Conservadores e liberais tensionavam o sentido do Ato, os primeiros com viés centralista e os segundos, regional. Além disso, as fontes provinciais permitem apreender uma prática costumeira. O governo central foi reconhecido intérprete e respaldado, nessa tarefa, pelo Conselho de Estado. Para o autor, o projeto centralista predominou ao explorar a dimensão interpretativa do direito e da constituição, mas sem eliminar a autonomia regional.</p> Judá Leão Lobo Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/42 Wed, 06 Jul 2022 00:00:00 -0300 Pesquisa em Ciências Humanas https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/43 <p>Nos últimos anos, deparamo-nos com o avanço de projetos políticos voltados às questões educacionais que visam diminuir a relevância das Ciências Humanas, tanto no campo da pesquisa quanto no ensino. Dentre eles, encontramos propostas que vão desde a diminuição da carga horária de componentes curriculares, como filosofia e sociologia, à inibição das discussões, como sobre gênero e sexualidade. Além disso, defrontamo-nos, constantemente, com um número cada vez menor de bolsas destinadas às pesquisas em Ciências Humanas, em detrimento a outros campos dos saberes. Diante desse contexto, surge a proposta deste livro. Enquanto professores e pesquisadores de um Instituto Federal, que tem entre os seus propósitos e compromissos a formação humana, integral e cidadã, interligada ao mundo do trabalho, da ciência e da cultura, apresentamos a importância das pesquisas em ciências humanas na Educação Profissional e Tecnológica.</p> <p>Entre 2008 e 2017, os brasileiros colocaram o país como um dos maiores produtores de ciência do mundo. Em média, 67,3% das publicações em revistas especializadas, em todas as áreas do conhecimento, foram nesses anos. No mesmo período, as ciências sociais aplicadas, a linguística e as humanidades cresceram mais rapidamente; as ciências sociais aplicadas tiveram um aumento de 77% em suas publicações, a linguística, 106% e as humanidades, notoriamente, apresentaram um aumento de 123,5%.</p> <p>Apesar da ascensão das humanidades no campo da pesquisa no Brasil, no Instituto Federal do Paraná (IFPR), instituição cujos projetos científicos publicados neste livro foram/são desenvolvidos, os investimentos estão, majoritariamente, destinados às outras ciências ditas das áreas da tecnologia e inovação, herança de uma educação tecnicista, voltada ao mercado de trabalho. Podemos tomar como exemplo a edição de 2020 do edital de distribuição de bolsas para iniciação científica, dos 233 projetos classificados, 61 foram em ciências sociais aplicadas, humanidades e linguística (20 para o Ensino Superior - PIBIC2, e 41 para o Ensino Médio - PIBIC Jr.). Quarenta e um projetos foram contemplados com bolsa (10 na modalidade PIBIC e 31 na PIBIC Jr.). No entanto, é importante destacarmos a colocação desses projetos no edital supracitado. Na classificação, as ciências humanas aparecem no PIBIC a partir da 13ª posição e no PIBIC Jr. , na 7ª posição, e os demais somente a partir da 93ª posição. São cerca de 142 bolsas distribuídas, destinadas, em sua grande maioria, aos projetos de tecnologia e inovação. Diante desses números, a proposta do nosso livro se constrói sob uma perspectiva de resistência em face dos desafios que os pesquisadores das humanidades encontram para realizar suas pesquisas nos espaços de Educação Tecnológica e Profissional.</p> <p>Assim, apresentamos neste livro alguns projetos de pesquisa com êxito, desenvolvidos no IFPR, Campus Campo Largo, a fim de compartilhar a nossa práxis, enquanto docentes e pesquisadores da área de humanas, de forma indissociável do processo de ensino e aprendizagem, bem como visibilizar a nossa resistência e luta na área da pesquisa científica perante a atual conjuntura de sucateamento que perpassa a ciência e a educação pública do nosso país para atender a uma agenda neoliberal.</p> <p>Este livro apresenta, em seus capítulos, propostas que versam sobre as experiências de pesquisas voltadas ao Ensino Médio Integrado, projetos de extensão e formação de professores. Tais pesquisas, trazem uma perspectiva interdisciplinar, a exemplo do texto de Natan Fraga sobre a desconstrução dos estereótipos latino-americanos a partir de uma análise sociocultural da Venezuela, da pesquisa de Samuel Wiedemann, ao abordar a importância da presença da inclusão social, econômica e <br>cultural nos projetos pedagógicos de curso do Ensino Médio Integrado do Instituto Federal do Paraná e do artigo de Angélica Colombo, que entrecruza os pressupostos da ética para as pesquisas no âmbito da saúde. A interface da saúde é, também, abordada no capítulo de Júlia Oliveira, ao discorrer sobre a presença feminina no mundo do trabalho e da ciência, a partir da pesquisa de um tratado médico do período medieval. A possibilidade de usar diferentes fontes e abordagens para a compreensão da História e a importância de articular as relações étnico-raciais à formação integral dos estudantes são apresentadas nos relatos de experiência dos projetos desenvolvidos por Fábio Cruz.</p> <p>Em um momento em que nossos espaços estão cada vez menores e o apoio ao nosso campo de atuação tem perdido forças, com cortes e limitações, torna-se imperativo demonstrarmos a importância das ciências humanas para a formação integral dos&nbsp; estudantes e dos docentes e, para as discussões em sociedade - frentes de atuação dos Institutos Federais. Por isso, mesmo diante de tais adversidades, continuaremos resistindo e lutando. Acreditamos que a presença das ciências humanas na educação, no ensino e na ciência são pilares essenciais para a mudança deste momento tenebroso do Brasil.</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Angélica Aparecida Antonechen Colombo </em><br><em>Júlia Glaciela da Silva Oliveira </em><br><em>Natan Gonçalves Fraga</em></p> Angélica Aparecida Antonechen Colombo, Júlia Glaciela da Silva Oliveira, Natan Gonçalves Fraga (Org.) Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/43 Wed, 06 Jul 2022 00:00:00 -0300 Vou Contar uma História https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/39 <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Ao iniciar o percurso deste livro, não encontramos melhores palavras do que as do músico argentino Chango Spasiuk, após tocar o chamamé </span><em><span style="font-weight: 400;">Tierra colorada</span></em><span style="font-weight: 400;">, no programa </span><em><span style="font-weight: 400;">Encuentro en estudio</span></em><span style="font-weight: 400;"> (2010). Quando questionado pelo apresentador Lalo Mir sobre o motivo de haver resistência a uma música tão rica, que tem tantos afluentes, que mistura tantas paixões e tantas culturas, tão complexa, virtuosa e eclética, eis a resposta que passamos a traduzir e parafrasear na sequência.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Na realidade, toda a música da América do Sul, inclusive o chamamé, está relacionada com a conquista, com os jesuítas e com os&nbsp; africanos. Mas construímos uma sociedade baseada na ignorância. Desconhecemos a nós mesmos absolutamente; desconhecemos a história sobre a qual estamos assentados; desconhecemos a riqueza e o tesouro que estão em nossos pés. Mais que integrando e legitimando, construímos uma sociedade que descarta muitas expressões, devido à ignorância, acima de tudo.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Spasiuk continua dizendo que há uma espécie de carga estética posta em determinados tipos de música associados a tipos de pessoas, diretamente subestimadas e descartadas, que vieram de diferentes lugares. Nessa marginalização histórica, entrou o chamamé. Mas quando e tocado em palcos da Inglaterra, Alemanha ou Nova Iorque, não se nota preconceito a essa música. Não há má educação em torno dessa linguagem. Percebe-se o público diante de uma música esperançada, dinâmica e poderosa.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;O cordel, como tal, segundo afirma Aderaldo Luciano, um de nossos maiores especialistas no assunto, “só existe no Brasil e é, possivelmente, a única forma original de poesia brasileira, sem reservar qualquer semelhança com o que se chamou literatura de cordel na Península Ibérica, no resto da Europa ou em países da América Latina” (2012, p. 28). Essa postura encontra ressonância em Franklin Maxado (2012, p. 140), que vê no cordel “a legítima tradição poética do país.”</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;A legitimidade dessa tradição original não tem destaque, contudo, no mesmo patamar de outros expoentes das letras nacionais, sejam obras ou autores. Em um de nossos mais célebres manuais, a </span><em><span style="font-weight: 400;">História concisa da literatura brasileira</span></em><span style="font-weight: 400;">, de Alfredo Bosi (1970), reeditada frequentemente, a relevância de um Leandro Gomes de Barros não consta sequer no índice onomástico.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Na quantidade surpreendente de estudos acadêmicos relacionados ao cordel, ele surge fundamentalmente como manifestação popular, muitas vezes conectada à oralidade ou às cantorias, às características – emprestemos aqui uma expressão cara a Antonio Candido (2003, p. 89), outro de nossos críticos mais conhecidos no âmbito dos estudos literários – de um gênero “menor”. O título de Patrimônio Cultural Brasileiro, reconhecido ao cordel em setembro de 2018, ainda não demonstrou força suficiente para desfazer rótulos e determinismos solidificados ao longo das décadas.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Diante dessas considerações iniciais, esclareçamos de uma vez por todas, o presente livro não pretende confrontar ampla e sistematicamente a história, a teoria e a crítica do cordel.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Apesar de não perdemos de vista tais pressupostos, nosso objetivo está em indicar elementos para o conhecimento e para a identificação da forma cordel, de maneira a defender sua presença nos mais diversos lugares de leitura e discussão, não como algo pitoresco, mas como fonte literária que é, base e expressão para escritores, leitores, editores e críticos.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;De volta às provocações de Chango Spasiuk sobre as ignorâncias e os prejulgamentos que nós latino-americanos atribuímos a muitas de nossas expressões artísticas, poderíamos afirmar que o cordel, por vias não muito distantes, também padece frente aos desconhecimentos que o subestimam e o descartam.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Agravante em relação à música, linguagem universal bem-recebida e apreciada em contextos estrangeiros, está no fato de que o cordel é linguagem escrita, isto é, está circunscrito aos espaços onde transita o idioma de sua produção. A esperança, a dinâmica e o poder que o chamamé encontra em países distantes não serão facilmente possibilitados pelo intermédio de poemas em português, associados a uma região do Brasil historicamente marginalizada, principalmente em termos econômicos e sociais.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Será dentro de nossas fronteiras que devemos buscar alternativas para desfazer as ignorâncias. É com essa finalidade que, mesmo não tendo o presente estudo o fôlego e os poderes definitivos, desejamos oferecer perspectivas de leitura para estudantes, professores e quem mais tiver interesse em conhecer um pouco sobre o vasto e fascinante mundo cordelístico.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;No primeiro capítulo, “A forma cordel: elementos para crítica literária”, visitamos questões teóricas e históricas, norteadas por uma proposta de reflexão em torno das noções do que sejam o erudito e o popular. Valemo-nos de diversas referências, com especial atenção aos ensinamentos de Aderaldo Luciano, considerado por nós e por muitos uma das vozes mais importantes entre os estudiosos do cordel. Em certa medida, homenageamos a obra, divisora de águas, desse cientista da literatura.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;No segundo capítulo, “Raimunda Frazão: o vivido e o inventado sob as lentes da poesia”, lançamos um olhar para a literatura da escritora maranhense. Mencionamos, num primeiro momento, algumas de suas obras não arquitetadas na forma cordel, mas relevantes para a compreensão do contexto poético autoral. Nesta e nas demais partes do livro, surgem apontamentos teóricos e históricos complementares aos desenvolvidos no capítulo anterior.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;No terceiro capítulo, “Janduhi Dantas: língua, linguagens e o anfitrião cordel”, passamos pela diversificada produção cordelística do poeta paraibano. Entre outros temas, destacamos as adaptações de gêneros narrativos e cinematográfico para a poesia, a relação do escritor com a história, a gramática e a sala de aula.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;No quarto capítulo, “Izabel Nascimento: literatura e espaços de atuação”, apresentamos traços biográficos e da produção literária de uma das escritoras, ao nosso ver, de maior relevo no cenário atual. Vida e obra da poeta sergipana abraçam-se nas atividades acadêmicas, nas redes digitais, nas publicações individuais e coletivas, na linha de frente dos temas inadiáveis de nosso tempo.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;No quinto capítulo, “Varneci Nascimento: poética engajada e o cordelista total”, apreciamos parte dos quase noventa cordéis publicados pelo poeta baiano radicado em São Paulo. Autor de literatura fundamentalmente comprometida com questões históricas e sociais, além de ter experiência no campo editorial, dedica-se à divulgação do cordel e à comercialização de sua obra.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;No sexto capítulo, “Três leitores de cordel e as conclusões iniciais”, trazemos, num primeiro momento, a participação da professora Maria José Frazão, do professor Otávio Sakai e do poeta Janduhi Dantas. Eles aceitaram gentilmente o nosso convite e escreveram, a partir de três sugestões comuns a todos, relatos sobre suas vidas relacionadas ao cordel. Buscamos estabelecer, finalmente, um diálogo entre suas contribuições e os pontos percorridos nos capítulos precedentes.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Iniciemos, pois.</span></p> <p>&nbsp;</p> <p><em><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Adenilson Albuquerque</span></em></p> Adenilson de Barros Albuquerque Copyright (c) 2021 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/39 Thu, 28 Oct 2021 00:00:00 -0300 Calendário Ambiental e Metodologias [...] Ativas https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/35 <p><span style="font-weight: 400;">Atualmente, o tema “meio ambiente” é assunto veiculado todos os dias em todos os meios de comunicação e instituições de ensino. Não se pode afirmar com precisão, entretanto, que essa exposição seja devido à grande importância que este assunto tem para todas as pessoas. Há quem fale sobre o meio ambiente para obter vantagens próprias, sendo elas políticas, econômicas ou sociais, onde o interesse final é muitas vezes o aumento de capital ou poder. Outros falam sobre o meio ambiente simplesmente por se tratar de um tema atual.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Para se ter uma ideia de como o assunto é recente, basta observar a evolução dos estudos e dos discursos a partir da década de 60, tendo como marco a publicação do livro </span><em><span style="font-weight: 400;">Primavera Silenciosa</span></em><span style="font-weight: 400;"> (CARSON, 1962). Nessa publicação, a autora denunciou os efeitos deletérios de agroquímicos no meio ambiente e nos seres vivos, o que levou, progressivamente, à proibição do pesticida DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) em escala mundial</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Entre as décadas de 60 e 70, o cientista inglês James Lovelock, como consultor da agência espacial norte-americana NASA (sigla em inglês para Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço) elaborou a hipótese Gaia, com a valiosa contribuição da microbióloga Lynn Margulis (LOVELOCK, 1991). Muito criticado na época, hoje suas ideias foram transformadas em teoria, não mais hipótese. Dessa forma, desde então, os estudiosos e ambientalistas alertam para as ações ao planeta, pois este, inevitavelmente, apresentará reações (LOVELOCK, 1979; LOVELOCK, 1991; LOVELOCK, 2006).&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Com as inestimáveis contribuições de Carson e Lovelock, a humanidade conseguiu mudar um paradigma que persistia há, pelo menos, dois milênios. Obviamente muitos ainda escolhem não acreditar nas constatações científicas. O que lhes é direito, diga-se de passagem.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Nas décadas seguintes, o movimento ambientalista ganhou força com a publicação de trabalhos de filósofos, como Naess (1973); físicos, como Capra (1975, 1982); biólogos, como Maturana e Varela (1984); economistas, como Sachs (1986); teólogos, como Boff (1993) e Francisco (2015); e historiadores, como Harari (2018), para citar alguns. Percebe-se, portanto, que o tema não se restringe a uma área de estudo e essa constatação permite que se conclua que o assunto é convergente partindo de todas as áreas. Neste caso, deve ser tratado como objeto de contribuição de todas as disciplinas, de forma complexa, não apenas estudado isoladamente nas unidades curriculares. Retornaremos a essa questão oportunamente no Capítulo 2.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O fato é que, mundialmente, a tendência do olhar sistêmico-ambiental foi sendo consolidada com a realização de reuniões internacionais, que serviam, no mínimo, como alerta para diversas questões, notadamente às alterações climáticas. Infelizmente, alguns encontros tiveram mais discussões políticas e econômicas infrutíferas do que avanços para a preservação do planeta.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Em 1987, cunhou-se o termo </span><em><span style="font-weight: 400;">desenvolvimento sustentável</span></em><span style="font-weight: 400;"> no chamado Relatório Brundtland, fruto dos trabalhos da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, iniciados em 1984 (BOFF, 2015). A definição do termo envolve a satisfação das necessidades atuais sem comprometer necessidades das gerações futuras (com alguma “sorte” as crianças que estão nascendo hoje terão condições razoáveis quando forem adultas).&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Em setembro de 2000, de posse dos resultados e avanços nos debates sobre o desenvolvimento sustentável nas décadas anteriores, foi publicada a </span><em><span style="font-weight: 400;">Declaração do Milênio</span></em><span style="font-weight: 400;">, constituída por oito grandes objetivos globais, desdobrados em vinte e uma metas, chamados de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) (ONU BRASIL, 2020a). Os ODM (Figura 1) pretendiam, em quinze anos, diminuir a extrema pobreza e a fome no planeta, condições agravadas pela globalização em ascensão. A essa altura, a humanidade já entendia que o desenvolvimento sustentável só é possível na conjugação de esforços nas áreas de saúde, saneamento, educação, habitação, promoção da igualdade de gênero e meio ambiente (ROMA, 2019).&nbsp;&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">As políticas públicas adotadas durante a vigência dos ODM surtiram efeitos positivos em todos os objetivos. Em nível mundial pode-se citar a redução da pobreza, da mortalidade infantil e da falta de saneamento básico. Contudo, na área ambiental foi observado o aumento de mais de 50% de emissões de dióxido de carbono. Apesar de ser constatado que na América Latina e Caribe 95% da população utilizavam uma fonte de água melhorada em 2015, essa notícia não é tão útil se cruzarmos com os resultados de escassez de água que, em 2015, chegou a atingir 40% da população mundial, com estimativa de aumentar nos anos seguintes (UN, 2015). Não há grande vantagem as edificações serem servidas por tubulações de água tratada se a fonte secar.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Após o período de vigência dos ODM, a ONU apresentou uma expansão das responsabilidades dos seus Estados-membros com a publicação de dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas 196 metas (Figura 2).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O documento apresentado </span><em><span style="font-weight: 400;">“Transformando nosso mundo: a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável”</span></em><span style="font-weight: 400;"> mostra a maturidade de seus elaboradores e signatários, abraçando temas até então não cogitados como pertencentes ao desenvolvimento sustentável. Salienta-se que os dezessete ODS são “integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões da sustentabilidade: a econômica, a social e a ambiental” (ONU BRASIL, 2020a). Assim, ONU entende que os ODS encerram áreas de importância crucial para a humanidade, os 5 Ps: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Parcerias e Paz. Sem embargo, eu diria que não são primordiais apenas para a humanidade, mas para nossa Casa Comum e a perpetuação da vida no planeta.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">No Brasil, as leis brasileiras começaram a acompanhar as vertentes globais na década de 80. Em 1981, foi decretada a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei n° 3.938), que tinha como um dos seus princípios a educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive à comunidade (Art. 2°, inciso X). A atual Constituição Federal, de 1988, seguiu o fluxo do movimento ambientalista e garantiu a todos o direito a um ambiente ecologicamente equilibrado. O § 1º do Art. 225 diz que o Poder Público deve, entre atribuições específicas de proteção, preservação e recuperação dos recursos naturais, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino. Observa-se nesse texto que dos sete incisos desse parágrafo o único que não apresenta regulamentação é o da educação ambiental. Isso ocorre porque, em 1999, foi decretada a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n° 9.795), com regulamentação pelo Decreto n° 4.281/2002.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Em 2012, a Lei nº 12.608 incluiu na LDB (Lei de Diretrizes e Bases, Lei n° 9.394/96), a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios dos currículos de ensino fundamental e médio (Art. 26, § 7º). Porém, em 2017, esse texto foi alterado pela Lei nº 13.415 e o termo ‘educação ambiental’ foi retirado da LDB, causando certa estranheza e incoerência com as demais leis. A despeito desse fato, a preocupação com a sustentabilidade aparece em quase todas as áreas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (MEC, 2018).&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Apesar da confusão regulamentatória, o fato é que a educação ambiental é uma prática corriqueira, principalmente na educação básica (DIAS, 2010). Hoje em dia, as crianças em idade escolar básica que frequentam instituições de ensino estão muito mais a par desse tema do que a geração anterior, onde eu me incluo. Foi apenas durante meu período universitário que comecei a tomar conhecimento sobre questões de preservação ambiental, assim como também foi o meu primeiro contato com computadores, daqueles de telas pretas e letras verdes, com ambiente em </span><em><span style="font-weight: 400;">MS-DOS</span></em><span style="font-weight: 400;"> e disquetes flexíveis do tamanho de um </span><em><span style="font-weight: 400;">tablet.</span></em><span style="font-weight: 400;">&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Não é preciso dizer o quanto a informática avançou nos últimos vinte anos, já que isso é visível e está até incorporado ao modo de vida das novas gerações. Mas, e quanto às questões ambientais? Para a minha geração, assim como para as gerações anteriores, isso não fez parte da nossa realidade no processo de desenvolvimento cognitivo. Talvez, por isso, tenhamos certa dificuldade em assimilar a ética ambiental como norteadora de todas nossas atitudes, sejam elas pessoais ou profissionais.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Sobre esse assunto, sabe-se que o aprendizado da criança é diferente do aprendizado de um adulto (PIAGET, 1979). O que se aprende na infância fica interiorizado na criança, como algo que sempre esteve lá, como um conhecimento, competência e/ ou habilidade inata, como se fosse constituinte do ser. Já o adulto tem consciência que está aprendendo, é algo que ele sabe que vem de fora para dentro, que não faz parte dele originalmente. Provavelmente por isso fica difícil assimilar certos conhecimentos e não tomar a atitude certa em determinadas ocasiões.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Com o arcabouço teórico apresentado, esse livro se justifica por apresentar uma metodologia que vai ao encontro do que é preconizado pelo conjunto de leis e políticas públicas que regem a educação ambiental, entendendo que disso pode depender nosso futuro no planeta. O conteúdo desse texto tem vínculo direto com os ODS 2, 3, 4, 6, 7, 11, 12, 13, 14 e 15, e indireto com os demais ODS, além de promover a integração do ensino, pesquisa e extensão, já tão discutidos no âmbito educacional.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Assim, diante do exposto, o objetivo deste livro é amplo e complexo, porém em construção: reunir informações ambientais, tendo como base um calendário de datas comemorativas (ou como alertas) relacionadas ao meio ambiente e propor a utilização de metodologias [...]ativas de ensino e aprendizagem que possam promover a educação integral e holística do estudante de forma transdisciplinar. Essas proposições podem ser utilizadas como instrumentos da Política Nacional de Educação Ambiental.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Por essa grafia “[...]ativas” estou querendo englobar outras palavras além da palavra ativa, como colaborativa, participativa, criativa, integrativa, significativa. Creio que com a consolidação do termo “metodologias ativas”, principalmente como sendo a utilização de didáticas antigas com uma nova roupagem moderna, já podemos avançar para deixar o conceito mais completo, ou seja, não adianta o estudante ser ativo no processo de aprendizagem, é preciso que o professor promova práticas adjetivadas pelas palavras que compõem a grafia [...]</span><em><span style="font-weight: 400;">ativas.&nbsp;</span></em></p> <p><span style="font-weight: 400;">Essas informações devem servir para reflexões de professores e de estudantes sobre suas ações como seres humanos e habitantes conscientes do nosso planeta. É de extrema importância, e urgente, que a escola esteja à frente dessa revolução, posto que é o local certo para a indignação e a transformação; a independência e a libertação.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Este livro está organizado em cinco capítulos. O primeiro traz uma reflexão sobre o nível de lucidez da construção do pensamento ambiental no ser humano e como isso se transporta para as ações materiais.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O segundo capítulo trata sobre metodologias concebidas para alcançar êxito no ensino e aprendizagem de questões complexas, como o meio ambiente. Serão abordadas as ferramentas metodológicas Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP, ou PBL, da sigla em inglês), o ensino híbrido, a sala de aula invertida, a aprendizagem por pares, a gamificação, a cultura </span><em><span style="font-weight: 400;">maker</span></em><span style="font-weight: 400;"> e a STEAM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática).&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">No capítulo 3, é apresentada a proposta de ensino utilizando o calendário ambiental organizado para esse livro. São discutidas, sem intenção de findar os assuntos, cada data relativa à área de meio ambiente que pode ser utilizada como ponto de partida para discussões no ambiente escolar e na comunidade.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O capítulo 4 discorre sobre as considerações finais sobre educação e seu processo para evolução da espécie humana e, finalmente, no último capítulo são apresentadas sugestões de material didático (livros e filmes) como suporte às discussões e práticas, bem como indicação de leitura para os estudantes.</span></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Máriam Trierveiler Pereira</span></em></p> Máriam Trierveiler Pereira Copyright (c) 2021 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/35 Fri, 15 Oct 2021 00:00:00 -0300 Educação e Direitos Humanos https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/37 <p>A obra <em>Educação e Direitos Humanos: desafios, diálogos e práticas</em> traz uma tarefa desafiadora: refletir sobre cultura, práticas pedagógicas, políticas de igualdade e diferença, garantia de direitos e Educação em Direitos Humanos. No contexto atual há uma necessidade urgente de desconstruir imaginários que inferiorizam e segregam os sujeitos. O papel da Educação neste processo é fundamental. A Educação em Direitos Humanos é abordada na obra numa perspectiva de justiça e na busca da igualdade por meio do reconhecimento e valorização de suas diferenças. A Educação em e para os Direitos Humanos torna-se meio de mobilização e luta democrática para uma reinvenção de relações e de percepções quanto aos diversos sujeitos e os diversos direitos.<br />A construção do livro foi motivada, primeiramente, pela existência do Programa Institucional de Educação em Direitos Humanos (PIDH), no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR). O Programa foi constituído formalmente no ano de 2018, por meio da Resolução n. 72, do Conselho Superior do IFPR (Consup). É um programa da Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proeppi), que por intermédio da Diretoria de Extensão, Arte e Cultura (Diext), visa o fomento a ações relacionadas à temática da Educação em Direitos Humanos. Dentre as ações previstas, está o incentivo ao desenvolvimento de estudos, produção científica e atividades ligadas à temática.<br />Foi realizada uma chamada interna para seleção de textos inéditos sobre os Direitos Humanos na área da Educação, produzidos nas pesquisas e experiências educativas por servidores, professores e/ou estudantes dos diversos campi do IFPR e/ou pesquisadores externos. A avaliação dos artigos foi realizada por um Comitê Científico criterioso, que contou com pesquisadores nacionais e internacionais da área.<br />O resultado poderá ser conferido pelos leitores. São 23 capítulos, que trazem desafios, diálogos e práticas relacionados ao direito à educação, interculturalidade e/ou interseccionalidade na garantia dos direitos à educação, educação em direitos humanos e direito à educação formal e não formal.</p> <p><em>Mônica Luiza Simião Pinto</em></p> Mônica Luiza Simião Pinto, Marcelo Estevam, Ana Maria Eyng (Org.) Copyright (c) 2021 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/37 Mon, 27 Sep 2021 00:00:00 -0300 Cartas para o Futuro https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/38 <p>.</p> Aline Cecília Ximenes de Andrade Bilbao (Org.) Copyright (c) 2021 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/38 Thu, 16 Sep 2021 00:00:00 -0300 Estratégias para Promover a Iniciação Científica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/36 <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Ao realizar uma reflexão a respeito do ensino de ciências desenvolvido no&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">Brasil, na educação básica, observa-se que esse vem sendo alvo de constantes&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">debates e críticas, muitas dessas motivadas pelos resultados obtidos por&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">estudantes em testes de larga escala, como o ENEM e o PISA, que são promovidos&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">pelo governo federal e por organizações internacionais, respectivamente.&nbsp; Ainda&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">que a avaliação da qualidade do ensino não deva se restringir aos resultados&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">desses testes, o desempenho dos estudantes brasileiros de ensino médio&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">encontra-se abaixo do esperado pelo Ministério da Educação.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Além disso, um possível desinteresse no aprendizado de ciências pode ser&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">resultado das perspectivas de ensino adotadas pelos professores. Por exemplo,&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">um ensino tecnicista e conteudista não confere aos estudantes chances de&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">exercerem seu protagonismo e, tampouco, de aprimorarem sua visão científica&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">de fatos que estão presentes em seu cotidiano.&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;"> &nbsp;Diante das possíveis limitações de formas de ensino tecnicista e conteudista,&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">frequentemente adotadas no ensino básico, bem como da possível falta de&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">interesse dos estudantes pelo aprendizado de ciências, que parece resultar em&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">baixos desempenhos em testes de larga escala, surge o seguinte questionamento:&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">Como poderiam ser planejadas e promovidas ações pedagógicas capazes de&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">motivar o estudante a assumir o protagonismo da aprendizagem, culminando&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">no desenvolvimento de sua alfabetização científica?</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Na busca de uma resposta para essa e outras questões relacionadas ao&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">ensino de ciências, um grupo interdisciplinar, composto por quatro professores&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">das áreas de matemática, psicologia, química e física, se propôs a planejar e&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">desenvolver com estudantes do ensino médio técnico, atividades pedagógicas&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">que conduzissem à vivência de uma pesquisa científica. Após planejarem essas&nbsp; </span><span style="font-weight: 400;">ações pedagógicas e desenvolverem-nas por três anos, o grupo de docentes, teve&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">a ideia de estruturar os planejamentos&nbsp; construídos para cada aula e reuni-los&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">neste livro, que tem por objetivo colaborar com o desenvolvimento da iniciação&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">científica na educação básica.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;O conteúdo presente neste livro é parte do material utilizado pelo grupo de&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">professores para ministrar um componente curricular do primeiro ano do curso&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">de Técnico em Biotecnologia integrado ao Ensino Médio, do Instituto Federal do&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">Paraná - IFPR, </span><em><span style="font-weight: 400;">campus</span></em><span style="font-weight: 400;"> Londrina. Cada unidade corresponde ao planejamento&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">para um encontro. Esse componente curricular, intitulado “PROJETO I”, tem&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">duração anual, com carga horária semanal de três horas, organizadas em um&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">único encontro semanal, e tem como objetivo promover o desenvolvimento do&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">pensamento científico, crítico e criativo por meio da vivência de uma pesquisa&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">científica e de sua divulgação. </span><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O grupo de professores adotou, na construção das unidades que compõem&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">esta obra, uma postura pedagógica que possibilitasse aos estudantes&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">vivenciarem uma experiência científica de fato. Os docentes acreditam que,&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">para aprender os passos de uma pesquisa científica, nada melhor do que realizar&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">uma pesquisa. Ou seja, as ações desenvolvidas visam estimular os estudantes&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">a identificarem problemas envolvendo um tema de seu interesse cotidiano e, a&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">partir disso, iniciarem uma pesquisa em grupo, buscando possíveis respostas </span><span style="font-weight: 400;">que esclarecessem o problema proposto por eles próprios.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;A adoção dessa proposta pedagógica trouxe alguns desafios aos professores.&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">O primeiro está relacionado ao compartilhamento da gestão da classe e do&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">conteúdo com outros docentes, pois todas as atividades didáticas foram sempre&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">planejadas e ministradas em conjunto pelos professores das diferentes áreas.&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">O segundo desafio está relacionado com a posição que o docente ocupa dentro&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">desse processo, visto que, se os estudantes ocupam o lugar de protagonistas, os&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">professores devem se portar como orientadores que medeiam os processos de&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">aprendizagem, e não como transmissores de conhecimentos. </span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Diante dos desafios mencionados, as ações que estruturam cada unidade&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">precisaram ser planejadas, executadas e avaliadas constantemente quanto à&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">sua potencialidade de ensino e de aprendizagem. Essa avaliação ocorreu de&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">várias formas, sendo que a mais recorrente foi o método de reflexão coletiva.&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">Após cada encontro semanal, os professores realizavam uma reflexão a respeito&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">das atividades desenvolvidas no encontro anterior. Esse procedimento fornecia&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">subsídios para a construção das atividades do encontro seguinte.&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Todas as motivações, os planejamentos e as reflexões da equipe docente&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">resultaram nas trinta e quatro unidades que fazem parte deste livro. As </span><span style="font-weight: 400;">unidades são nominadas e estruturadas a partir de uma pergunta norteadora&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">que conduziu todas as ações pedagógicas nelas descritas. Ações essas que se&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">dividem em duas partes, pois foram pensadas para serem executadas em dois&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">momentos intercalados por quinze minutos de pausa: parte I - uma hora e trinta&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">minutos; parte II - uma hora e trinta minutos.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Cada uma dessas partes apresenta perguntas orientadoras específicas e&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">objetivos a serem atingidos pelos estudantes, seguidos de uma descrição de&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">como os professores deveriam se portar na condução das ações propostas. Ao&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">final da segunda parte, encontra-se o tópico “O que foi visto no encontro de&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">hoje?”, o qual pode ser utilizado para que os professores retomem os pontos&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">principais e os objetivos do encontro. Também, no final da segunda parte,&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">todas as unidades trazem a questão: “O que temos para o próximo encontro?”.&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">Essa parte tem por objetivo orientar os estudantes nas atividades a serem&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">desenvolvidas além dos encontros semanais.&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Diante da estrutura deste livro, acredita-se que ele possa colaborar não apenas&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">para nortear ações pedagógicas que apresentem os passos de uma pesquisa&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">científica, mas também para incentivar professores a proporcionarem ambientes&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">que sejam capazes de desenvolver a alfabetização científica dos estudantes,&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">confrontando-os com problemas autênticos nos quais a investigação científica&nbsp;</span><span style="font-weight: 400;">seja condição para resolvê-los.</span></p> <p>&nbsp;</p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Angela Meneghello Passos</span></em></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Ariela Oliveira Holanda</span></em></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Jefferson Sussumu de Aguiar Hachyia</span></em></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Leonardo Carmezini Marques</span></em></p> Angela Meneghello Passos, Ariela Oliveira Holanda, Jefferson Sussumu de Aguiar Hachyia, Leonardo Carmezini Marques Copyright (c) 2021 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/36 Thu, 06 May 2021 00:00:00 -0300 Programa Arte Flamenca https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/33 <p><span style="font-weight: 400;">Em 2010, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) declarou o flamenco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Essa ação consolidou o flamenco como arte globalizada, não mais restrita à Espanha. Oficialmente, ele faz parte, desde então, da história da antropologia.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O conceito de ‘cultura’, entretanto, não é tarefa simples, havendo muitas definições e controvérsias. De forma prática, o termo pode ser encontrado em dicionário com as seguintes ideias:</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;[...] O conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade. Como ações sociais seguem um padrão determinado no espaço. Compreendem as crenças, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explicam e dá sentido à cosmologia social. É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período... (FERREIRA, 2014).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">De forma ainda mais objetiva, antropologicamente a ‘cultura’ pode ser o antônimo de ‘natural’, colocando o ser humano como construtor de uma realidade material e imaterial que ordena suas relações. Inúmeros trabalhos estabelecem um diálogo entre conceitos antropológicos, sociais e psicológicos e trazem luz a essa discussão, como Morgado (2014), Porto (2011), Canedo (2009) e Mintz (2009).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Como o debate existente a respeito dessa concepção e abstração é intenso, vamos nos ocupar dos desdobramentos concretos da cultura, como a arte e a educação, com recorte na cultura flamenca.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">A arte é fundamental para o desenvolvimento do ser humano e sua completa formação como agente transformador da realidade, como defende Oliveira (2017). Como permeia vários tipos de inteligências, definidas por Gardner (1994) e Antunes (2008), é possível tornar a arte presente na educação como forma de pesquisa, experiência de abertura sensível e cognitiva para o outro, compreensão e transformação de si e do mundo, como mostram Fritzen e Moreira (2008). Esses autores defendem a ideia de que a educação contemporânea deve inserir em seu meio linguagens múltiplas para a formação do sujeito. Pressupõe-se que as artes, ao alcance de todos, “propiciam condições para um olhar que vê mais do que se suponha ser visível” (Fritzen e Moreira, 2008, p. 8).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Com essa visão, o programa Arte Flamenca, produzido e apresentado pela Rádio Universitária Paranaense, RUP FM 107,7, nasceu da produtiva parceria entre o Instituto Federal do Paraná (IFPR) com a Fundação Cândido Garcia, da Universidade Paranaense (Unipar). A ideia surgiu como projeto de extensão, chamado </span><em><span style="font-weight: 400;">IFPRádio</span></em><span style="font-weight: 400;">, que pertencia ao programa </span><em><span style="font-weight: 400;">Faça Arte no IFPR</span></em><span style="font-weight: 400;">, cujo objetivo maior era agregar projetos com intenção de produção e difusão artística e cultural.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O IFPR se instalou em Umuarama (PR), em 2010, com cursos técnicos e diretriz de expansão, a longo prazo, para cursos técnicos integrados, Educação de Jovens e Adultos, licenciaturas, bacharelados, mestrados e doutorados. Tão logo foi possível, iniciou-se a elaboração de projetos de extensão e parcerias. Essas atividades são fundamentais para uma instituição pública, pois, normalmente, as diversas formas de expressão artística e cultural de qualidade e de acesso gratuito são privilégios de grandes centros.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Na procura por parceiros para atender ao objetivo do projeto de difundir o flamenco para a população em geral, chegou-se à RUP FM 107,7, uma rádio universitária, mantida pela Fundação Cândido Garcia, com programas culturais diversificados, como MPB, blues, samba, rock, música alternativa, música instrumental, entre outros, voltados para um público jovem e diversificado. Nesse sentido, o programa contribuiu para ampliação das opções de acesso à arte e à cultura flamenca para a população em geral. Além disso, também auxiliou na divulgação dos projetos de dança e cinema oferecidos pelo IFPR, de forma gratuita para a população, no Centro Cultural Vera Schubert, em Umuarama.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Para articulação do projeto de extensão com a pesquisa e o ensino, elementos básicos na educação, cada programa foi elaborado com comentários sobre a história do flamenco, a geografia da península Ibérica, a gastronomia da Espanha, a biografia de artistas e as curiosidades sobre as culturas que formaram ou transformaram o flamenco, como árabe, indiana, judia, celta, turca, latina etc.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Como produtos culturais dos sete anos de programas de radiodifusão, destacam-se:</span></p> <ul> <li><span style="font-weight: 400;"> a produção do CD </span><em><span style="font-weight: 400;">“As 100 melhores do programa Arte Flamenca”</span></em><span style="font-weight: 400;">, em dois volumes, em 2011;&nbsp;</span></li> <li><span style="font-weight: 400;"> a produção do CD </span><em><span style="font-weight: 400;">“Programa Arte Flamenca 2012 – Máriam Trier e Convidados”</span></em><span style="font-weight: 400;">, em 2012;&nbsp;</span></li> <li><span style="font-weight: 400;"> a elaboração e a apresentação de trabalho em forma de painel no 2º Seminário de Extensão, Ensino, Pesquisa e Inovação (SE²PIN) do IFPR, em Paranaguá, em 2013;&nbsp;</span></li> <li><span style="font-weight: 400;"> a produção do CD</span><em><span style="font-weight: 400;"> “Movimentando os Segredos da Alma”</span></em><span style="font-weight: 400;">, em comemoração aos cinco anos da Cia de Dança IFPR Schubert, em 2015;&nbsp;</span></li> <li><span style="font-weight: 400;"> a elaboração e a apresentação oral de trabalho no 35º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul (SEURS), em Foz do Iguaçu, em 2017; 20 Programa Arte Flamenca: 7 Anos de 107,7&nbsp;</span></li> <li><span style="font-weight: 400;"> a edição de áudio dos espetáculos da Cia de Dança IFPR Schubert: “Os Amores de Carmen” (2014), “Movimentando os Segredos da Alma” (2015), “Emociones Flamencas” (2016), “Hoje é Arte-feira” (2016), “Misturança” (2017), “Em Passos &amp; Versos” (2018) e “A Vida é uma Dança” (2019).</span></li> </ul> <p><span style="font-weight: 400;">Para elaboração desse livro foram utilizados os setenta e cinco programas originais gravados ao longo de sete anos de pesquisas. Os programas foram agrupados por temas para uma leitura mais didática. Dessa forma, o objetivo deste livro foi descortinar os mistérios do flamenco por meio de músicas, da mesma forma como foi para os ouvintes do programa “Arte Flamenca”.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">A metodologia de pesquisa bibliográfica apoiou-se em Campoy (2014), que aponta a </span><em><span style="font-weight: 400;">internet </span></em><span style="font-weight: 400;">como a mais importante fonte de referência e pesquisa para a difusão e os estudos sobre flamenco. Segundo a autora, a bibliografia flamenca ainda é restrita ao ambiente espanhol e, no Brasil, há pouco registro sobre essa arte, sobretudo em forma de artigos acadêmicos e resumos em eventos científicos. Dessa maneira, as investigações foram feitas em </span><em><span style="font-weight: 400;">sites </span></em><span style="font-weight: 400;">especializados e reconhecidos em flamenco, em páginas oficiais dos artistas apresentados, em </span><em><span style="font-weight: 400;">sites </span></em><span style="font-weight: 400;">das prefeituras dos locais abordados e em estudos acadêmicos. As referências da </span><em><span style="font-weight: 400;">webgrafia </span></em><span style="font-weight: 400;">consultada não estão no texto por uma questão de dinâmica de leitura. Ao final do livro, há uma lista de todos os </span><em><span style="font-weight: 400;">links </span></em><span style="font-weight: 400;">consultados.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O livro foi dividido em três partes que expõem sobre a cultura flamenca, em especial sua origem, alguns renomados artistas e as cidades onde as manifestações flamencas iniciaram e se consolidaram.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Assim, no capítulo </span><em><span style="font-weight: 400;">Conhecendo o Flamenco</span></em><span style="font-weight: 400;"> foram reunidos os programas que falam sobre essa arte sedutora, como suas origens históricas, os ritmos mais conhecidos e a divulgação do flamenco contemporâneo por meio de trilhas sonoras de filmes e misturas musicais. Obviamente, a leitura desse material não conseguirá transmitir ao leitor todo o conhecimento complexo por trás do flamenco, mas será uma faísca que poderá acender a curiosidade para uma pesquisa mais aprofundada ou para a prática da dança, canto ou toque de violão.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O capítulo </span><em><span style="font-weight: 400;">Personificando o Flamenco</span></em><span style="font-weight: 400;"> engloba programas sobre a vida e obra de artistas flamencos. É certo que o universo flamenco conta com inúmeros astros e estrelas, porém neste livro há homenagens a cinquenta e oito destaques flamencos, sendo dezoito cantaores, dezesseis conjuntos musicais, onze </span><em><span style="font-weight: 400;">bailaores</span></em><span style="font-weight: 400;">, nove guitarristas, três compositores e um diretor de cinema.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">No último capítulo, </span><em><span style="font-weight: 400;">Viajando pelo Flamenco</span></em><span style="font-weight: 400;">, foram agrupados os programas que desvelam algumas cidades espanholas, em especial as da região da Andaluzia, berço do flamenco. Nesse roteiro, estão catorze cidades do sul da Espanha, além da capital, Madri.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Ao final de cada seção, há uma lista de sugestões de músicas que dão vida ao tema abordado.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Com chavão do início do programa, partiremos para essa viagem:</span></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">“¡Hola, querido e querida ouvinte-leitor! ¿Que tal, bien? Eu sou Máriam Trier e estamos começando mais um programa ¡Arte Flamenca!</span></em></p> <p><br><br><br><em><span style="font-weight: 400;">Máriam Trierveiler Pereira</span></em></p> Mariám Trierveiler Pereira Copyright (c) 2021 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/33 Fri, 16 Apr 2021 00:00:00 -0300 A Luta que se fez Terra https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/34 <p><span style="font-weight: 400;">A região Sudoeste do Paraná foi palco de um longo processo de disputa pela terra que remonta ao início do século XX. O momento mais crítico ocorreu no ano de 1957, quando se deu o confronto armado entre as empresas colonizadoras e as comunidades de posseiros, fato conhecido como Revolta dos Posseiros. A vitória armada dos posseiros, no entanto, não encerrou a luta. Mais alguns anos de insegurança e de negociação foram necessários para que se conseguisse a titulação das terras, dando materialidade à conquista de 1957.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Este livro tem como objeto de estudo o processo ocorrido depois da Revolta de 1957, quando se inicia um momento crítico da luta pela terra. Não eram mais as colonizadoras, nem os seus jagunços, que estavam assustando: era a insegurança de quem tinha consciência de que vencera o confronto armado, mas ainda não tinha decidido a seu favor o conflito agrário. Nesse sentido, é importante fazer a distinção entre o conflito agrário, que envolveu a disputa pela terra durante mais de cinquenta anos, e o confronto armado, que ocorreu em 1957, como consequência do agravamento das disputas pela terra.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O conflito agrário, que estabeleceu os contornos da questão agrária na região, tem seu início com as concessões de terras feitas pelos governos federal e estadual para a construção da estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande e também com a concessão feita pelo governo de Santa Catarina para que José Rupp explorasse a erva-mate e a madeira. Esses fatos ocorreram no início do século XX. Sua origem, no entanto, pode ser buscada no final do século XIX, quando o governo imperial estabeleceu os privilégios para as empresas construtoras da ferrovia, os quais deram origem aos pretensos direitos de propriedade reclamados pelas colonizadoras e pelo próprio governo do estado do Paraná.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Esse conflito agrário pode ser caracterizado como a disputa entre os posseiros e as colonizadoras. O primeiro grupo queria a terra como espaço de vida e de reprodução social, com o domínio para além da posse; as colonizadoras, no entanto, queriam a terra como uma mercadoria, para ser fonte de lucro e acumulação, pela exploração da abundante madeira e pela posterior comercialização das terras.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O confronto armado foi consequência da violência e da tensão ocorrida no momento em que a disputa agrária se agravou. A Revolta dos Posseiros tem como referência o mês de outubro de 1957. No entanto, a partir de 1956, quando foram formadas mais duas colonizadoras para atuar na região, com a adoção de uma posição mais violenta contra os posseiros, a tensão foi aumentando gradativamente, até que estes chegaram à conclusão de que apelar para o governo e para as autoridades não resolveria a situação. Com isso, promoveram o levante armado, tomando as cidades, destituindo autoridades e expulsando as colonizadoras.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O conflito agrário já foi tratado por diversos pesquisadores. Estes, no entanto, concentraram sua discussão no período que vai até a Revolta dos Posseiros de 1957, isto é, até o desfecho do confronto armado.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Éverly Pegoraro (2007), em sua dissertação de mestrado pela UFF/Unicentro, em 2007, posteriormente publicada no livro “Dizeres em Confronto – A Revolta dos Posseiros de 1957 na imprensa paranaense”, analisa as disputas pela terra no Sudoeste do Paraná e a influência da política do governo Lupion no âmbito do conflito. Tem como objeto de estudo a imprensa paranaense e a Rádio Colméia, de Pato Branco, em suas manifestações sobre a Revolta de 1957. Seu estudo fica mais centrado no conflito armado e sua repercussão.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Já Elir Batisti (2006), em seu estudo sobre a luta pela terra, faz uma reflexão sobre os diversos conflitos que envolveram as terras no Sudoeste do Paraná. Concentra-se mais na questão dos conflitos, no período de 1950 a 1980, deixando o processo ocorrido posteriormente apenas como indicação do tipo de solução que foi encaminhada.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Hermógenes Lazier (1986) é o autor que mais longamente trata das disputas pela posse da terra no Sudoeste do Paraná. Inicia com as disputas entre o Brasil e a Argentina, entre o Paraná e Santa Catarina, entre os posseiros e as colonizadoras, e faz um levantamento sobre os títulos emitidos pelo GETSOP, qualificando a titulação das terras como um programa de reforma agrária.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O estudo sobre a Revolta dos Posseiros de 1957, de Íria Zanoni Gomes (2005), apresenta uma análise muito profunda do movimento dos posseiros, sem, no entanto, avançar para a discussão do momento posterior à Revolta de 1957. Além de uma análise muito clara, a autora traz muitos documentos para fundamentar a sua análise.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Maria Cristina Colnaghi (1984) apresenta uma pesquisa sobre a disputa pelas terras no Sudoeste do Paraná, a partir de um olhar muito interessante em relação à postura dos posseiros em conflito, do exército brasileiro, do governo federal e do governo estadual no processo de solução do conflito entre os posseiros e as colonizadoras. A pesquisadora aponta as categorias pelas quais a população se reconhece (caboclo e colono), demarcando que são importantes para a discussão dos processos ocorridos na região.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O professor Ruy Cristovam Wachowicz (1987), em seu estudo sobre o Sudoeste, aborda de forma bastante detalhada toda a luta pela terra e sua solução, pela implantação do GETSOP, sem, no entanto, buscar uma análise a partir dos processos de titulação. Seu trabalho cita e analisa rapidamente o papel desempenhado pelo GETSOP no contexto do Sudoeste, abordando os fundamentos de sua ação.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Após pontuar estudos já realizados sobre a Revolta dos Posseiros, destaca-se que este livro tem como tema o estudo do momento posterior à revolta, quando os posseiros e suas lideranças passaram a fazer as negociações políticas para consolidar a conquista da terra. Da Revolta até a instalação do GETSOP passaram-se cinco anos, período em que a insegurança fazia parte do cotidiano dos posseiros.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">A partir de 1962, quando é instalado o GETSOP, até o ano de 1973, quando ocorre sua extinção, foi realizado um trabalho enorme de regularização fundiária, envolvendo mais de 40 mil títulos para mais de 56 mil lotes rurais e urbanos. A constituição do Grupo Executivo para as Terras do Sudoeste do Paraná (GETSOP) teve seu marco inicial por meio do Decreto 51.431, de 19 de março de 1962, e, como marco final, a publicação do Decreto 73.292, de 11 de dezembro de 1973, que o extingue.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;O objeto deste livro é estudar a atuação do GETSOP na regularização fundiária e seu papel na busca da solução do conflito agrário, pela promoção da transição da posse para a propriedade da terra, transformando os posseiros em proprietários, com posse e domínio sobre suas unidades de produção familiar. O livro está dividido em três capítulos, com três subtítulos cada.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O primeiro capítulo é dedicado ao estudo da questão agrária e sua caracterização, com a finalidade de estabelecer a compreensão da transição entre as formas de relação com a terra fundamentadas em seu uso para a relação capitalista de propriedade, que se dá no domínio sobre ela, garantido por meio de instrumentos jurídicos, como as leis, os registros cartoriais e o aparato repressivo do Estado.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Em seu primeiro subtítulo, é realizado um estudo bibliográfico sobre a questão agrária na Inglaterra, na França e nos Estados Unidos, com foco no aspecto da constituição da economia burguesa e da sociedade de mercado e suas influências na relação com a terra. No capítulo, também, é estudado o processo de resistência camponesa à entrada do capital no campo, a partir dos fundamentos da economia moral dos pobres.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O segundo subtítulo é dedicado ao estudo da questão agrária no Brasil e à constituição do mercado de terras no país. São estudadas as principais leis que influenciaram de forma mais direta na constituição da questão agrária no país, desde o descobrimento até o final do período considerado neste estudo, no caso, o ano de 1973.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O terceiro subtítulo aborda a questão agrária na ocupação do estado do Paraná, observando o processo de povoamento, da economia e da distribuição da terra em todas as regiões. Foram estudados os principais processos que influenciaram na constituição do estado e na sua caracterização enquanto estrutura agrária.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O segundo capítulo é dedicado ao estudo do Sudoeste do Paraná, buscando realizar uma contextualização da pesquisa no tempo e no espaço. No primeiro subtítulo, é estudado o início de sua ocupação, desde a influência das reduções jesuíticas do Guairá, passando pelos caminhos de tropas, pela Colônia Militar do Chopim e pelas disputas territoriais entre Brasil e Argentina e entre o Paraná e Santa Catarina, até o momento em que a região Sudoeste passa a fazer definitivamente parte do Paraná.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">O segundo subtítulo se dedica ao estudo dos processos de ocupação do território a partir do início do século XX, até a implantação da Colônia Agrícola Nacional General Osório (doravante CANGO). No terceiro subtítulo, são estudados o conflito agrário e o confronto armado, a partir dos diversos estudos já realizados e de novos elementos que foram incorporados à reflexão.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;O terceiro capítulo se dedica ao estudo e à discussão do papel do GETSOP na solução do conflito agrário no Sudoeste do Paraná por meio da transformação das posses das terras em propriedades. Para buscar uma compreensão mais aprofundada da caminhada realizada no Sudoeste na resolução do conflito, o estudo foi dividido em três subtítulos. O primeiro se dedica ao período entre o fim da Revolta de 1957 e a implantação do GETSOP; o segundo busca o olhar do GETSOP sobre o processo de regularização fundiária, partindo das bases oficiais da compreensão sobre o que significava resolver o conflito agrário; e o terceiro se concentra no estudo do olhar dos posseiros sobre o conflito e sobre a ação do GETSOP, buscando explicitar a compreensão deles sobre a solução do conflito agrário.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">Esta pesquisa se propõe a dar um passo a mais em relação ao que já foi realizado nos estudos s</span><span style="font-weight: 400;">obre o tema, buscando contribuir para a grande tarefa coletiva de compreender a história do Sudoeste, tendo como ponto de partida o ponto de chegada de muitos outros pesquisadores que já se debruçaram sobre a questão agrária no Sudoeste do Paraná.</span></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Jaci Poli</span></em></p> Jaci Poli Copyright (c) 2021 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/34 Fri, 16 Apr 2021 00:00:00 -0300 Horizontes em Tecnologia, Ensino e Sociedade https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/31 <p>Quanto mais caudaloso e turbulento o rio, mais água corre por seus afluentes, mais nutrientes ele carrega e mais aluvião ele consegue arrastar em suas águas. Troncos, folhas, raízes e demais elementos da natureza se juntam em suas águas, completando-as e formando um movimento contínuo da matéria que traz transformação e fertilidade por onde passa. Assim são as interfaces das ciências que formam esse livro. Trazem consigo nutrientes que geram a fertilidade da área, que são carregados pela força da sua ciência que consegue congregar diversos conhecimentos de outras ciências em si. A Linguística Aplicada&nbsp; quando encontra com a Educação e a Tecnologia já não é mais um afluente, mas consegue formar um rio extenso, cheio de conhecimentos e reflexões que compõe o cerne dos temas apresentados nesse livro. Da mesma maneira, os temas e enfoques apresentados aqui partem de diferentes pressupostos, vertentes e apresentam olhares diversos sobre os temas da linguagem e quais são as suas contribuições para os ambientes formais de ensino.</p> <p>Este livro traz em si aspectos da Linguística Aplicada que se misturam intrinsecamente com a educação e a tecnologia. Faces indissociáveis dos objetos aqui selecionados. Dentro desse contexto, o objetivo final desse volume é discutir como o uso da tecnologia e das diferentes mídias pode, e até certo ponto, deve, estabelecer um diálogo com a educação linguística. Acreditamos que o ensino de línguas tem muito a ganhar com tal aproximação, especialmente porque é possível a ela se achegar às práticas de linguagem cotidianas, nas quais os diferentes letramentos (ou literacías) efetivamente são necessários. Buscamos construir uma linguística que, como colocam Martin (2016) e Matthiessen (2012), seja aplicável ao mundo, promovendo transformações e deslocando a linguística para o lugar de ciência social aplicada (STUBBS, 1996).</p> <p>Os capítulos presentes neste livro refletem tal visão. Cada um deles parte de um diferente impacto social da tecnologia, tendo o ensino e as diferentes potencialidades de construção da cidadania como seus pontos abalizadores. Por conta disso, “Horizontes em Tecnologia, Ensino e Sociedade: Diálogos Interdisciplinares em Linguística Aplicada” está dividido em duas partes. Na&nbsp; primeira estão concentrados artigos de caráter teórico, que refletem sobre as aproximações da Linguística Aplicada (LA) como tema geral do volume. Na segunda, há a presença de textos de caráter aplicado. No que tange aos pesquisadores aqui&nbsp; envolvidos, eles possuem uma origem diversa, em um contexto no qual educadores, linguistas e comunicólogos refletem juntos sobre as temáticas centrais propostas por cada artigo.&nbsp;</p> <p>O volume abre com o texto de Lima-Lopes, cujo objetivo principal é refletir sobre questões de tecnologia, mídia e ensino de<br>língua de forma a propor uma quebra do fetichismo que tradicionalmente ronda o tema. Na forma de proposições independentes, que podem ser lidas em qualquer ordem como um hipertexto, seu trabalho observa alguns temas recorrentes na LA de forma a realizar um resgate crítico e histórico de cada um deles. O ponto-chave de seu argumento é que a tecnologia sempre esteve lá, apesar de, nem sempre, ter sido percebida como tal. Dita falta de percepção pode levar a um deslumbramento do digital e do técnico, sem que haja uma real reflexão sobre seus potenciais de construção de significados dentro e fora da sala de aula. Segue o trabalho de Gabardo, cujo foco está nas possíveis aplicações da educação para os meios ao ensino de línguas. Seu ponto está em questionar em que medida as práticas midiáticas podem auxiliar no desenvolvimento de ações de ensino que se pautem por metodologias ativas. O trabalho com as diferentes expressões midiáticas seria então um caminho para o<br>aprendizado da língua e da cidadania, na qual as diferentes linguagens se coadunam para o aprendizado significativo.</p> <p>Lassalvia, por seu turno, reflete sobre os processos de aprendizagem ao longo da vida. A autora busca uma reflexão<br>complexa na qual as transliteracias são o ponto de partida. Uma vez que no mundo contemporâneo a liquidez da informação, dos<br>relacionamentos e das práticas de linguagem deve nos levar a aprender a navegar pelo incerto, não há sentido em construir uma<br>educação meramente tecnicista. Para a autora é preciso pensar o indivíduo como um ser em constante construção que aprende&nbsp;<br>em sua interação com as diversas mídias e com o mundo, cabendo à educação auxiliar na construção desse indivíduo que busca e<br>aprende constantemente.&nbsp;</p> <p>A primeira parte se encerra com o artigo de Souza. A autora faz uma importante reflexão sobre como os espaços tecnológicos contemporâneos possibilitam discussões que não ecoam tradicionalmente na mídia de massa. Souza tem sua reflexão centrada no universo da luta da mulher, em especial no feminismo, demonstrando como essa tomada de espaço é um elemento importante para reflexão e denúncia de iniquidade sociais, possibilitando um protagonismo outrora negado. Algo caro a todos<br>que refletem sobre os processos de democratização propiciados pela comunicação em rede.</p> <p>A segunda parte abre com o trabalho de Canzini e Korelo que refletem sobre uma experiência educomunicativa realizada no Instituto Federal do Paraná. Os autores narram um projeto de rádio realizado na modalidade extensão, mobilizando alunos e<br>a comunidade em projeto de aprendizado cidadão. Organizado em diferentes fases, o projeto evolui de forma a engajar os alunos em um aprendizado ativo e significativo.</p> <p>Os três capítulos que se seguem tem seu foco no meio digital e nas interações propiciadas por ele. Câmara e Pimenta estudam o colorismo em comentários feitos por internautas em um canal do Youtube. Os autores partem da Linguística Sistêmico-Funcional, com ênfase na teoria da avaliatividade, como forma de compreender como os diversos internautas reagem ao discurso de um vídeo cujo tema central é a questão racial.</p> <p>O artigo de Mercuri tem seu tema centrado nos linchamentos virtuais. A autora reflete a importância de ações de letramento crítico para uso responsável das diferentes mídias sociais por meio de exemplos retirados das discussões políticas de 2018. O volume é fechado pelo estudo de Barbosa. A autora parte da Revista FAPESP, um periódico impresso de divulgação científica mantido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, de forma a compará-lo com seu sítio da internet. A autora traz importantes reflexões sobre os processos de ressemiotização, discutindo a forma como os diferentes modos de linguagem são instanciados.&nbsp;</p> <p>Por fim, é preciso agradecer àqueles que de forma direta ou indireta possibilitaram a publicação desta obra, que jamais teria<br>se tornado real sem a contribuição graciosa dos autores e do apoio a nós dado pela Editora do Instituto Federal do Paraná.</p> <p>Esperamos que sua leitura seja tão prazerosa como foi para nós o processo de organizar este livro.</p> <p><em>Rodrigo Esteves de Lima-Lopes</em><br><em>Maristella Gabardo</em></p> <p>&nbsp;</p> Rodrigo Esteves de Lima Lopes, Maristella Gabardo (Org.) Copyright (c) 2021 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/31 Wed, 14 Apr 2021 00:00:00 -0300 Pesquisas e Práticas Pedagógicas de Docentes de Línguas https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/32 <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Os voos em formação são comuns nos percursos migratórios das aves. Esse esforço coletivo garante que o deslocamento de ar causado pela ave dianteira faça a de trás obter o mesmo rendimento de voo, batendo as asas menos vezes. Quando a ave que comanda a formação se cansa, uma das aves da segunda fila assume a posição dianteira. Três pássaros voando juntos já são o suficiente para montar um pelotão em que cada ave gasta quarenta por cento menos energia. Assim, podemos aprender com a natureza sobre a força do trabalho coletivo e os benefícios garantidos a todos os indivíduos.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Esta coleção de textos representa uma formação de voo de dez trabalhos, de vários pesquisadores que, a partir de então, deixam a solidão de suas pesquisas para abrir caminhos a outros pássaros que terão a chance de conhecer, tecer críticas, repensar práticas pedagógicas e aproveitar experiências exitosas, adequando-as a seus contextos. Se três pássaros voando juntos já fazem diferença, imaginem dez deles!</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;O trabalho coletivo é um sonho acalentado pelo Centro de Línguas do IFPR (CELIF). Esse passo inicial é um projeto do CELIF, que reuniu pesquisadores, estudiosos da linguagem e do ensino de línguas e docentes de diferentes </span><em><span style="font-weight: 400;">campi </span></em><span style="font-weight: 400;">do IFPR, com o objetivo de apresentar suas pesquisas e práticas docentes. É nosso primeiro voo com esse tipo de rota: que seja o primeiro de muitos!&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Desde sua criação, o CELIF vem construindo a ideia de pertencimento a um grupo para trocar experiências, discutir, analisar e planejar ações que fortaleçam a identidade dos docentes de línguas. Ao longo deste primeiro ano de existência, percebemos que, embora todos sejam formados em Letras, têm em suas especialidades de pós-graduação muita diversidade, sendo necessário conhecê-la. Dessa forma, surgiu a ideia de divulgarmos um pouco de nossos trabalhos e mostrar o quanto temos feito em sala de aula.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;O livro é composto de artigos que mostram desde pesquisa histórica acerca do ensino de línguas estrangeiras à formação do perfil de docentes de língua inglesa, às práticas pedagógicas e escolhas metodológicas no ensino de espanhol, inglês e português, além da investigação sobre como a literatura é ensinada e cobrada por exames como o ENEM.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Iniciamos com dois artigos que abordam a história tanto do ensino de línguas no Brasil como da constituição do ensino técnico. O artigo 1, O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS E O ENSINO TÉCNICO PROFISSIONAL: HISTÓRIA E LEGISLAÇÃO, está organizado em quatro partes, nas quais a autora trata das línguas clássicas e seu papel no fortalecimento do Estado Português; as línguas modernas e a consolidação do império (período de mudanças devido à vinda da família real portuguesa ao Brasil); a contínua diminuição na carga horária do ensino de línguas no período republicano e as mudanças mais recentes na legislação, inclusive a repentina (des)obrigação da oferta de Espanhol.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;O artigo 2, intitulado HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO PARA O ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL: da Reforma Francisco Campos à Reforma Capanema, é 9 parte de uma pesquisa maior na qual os docentes apresentam a história do ensino de línguas no Brasil desde a década de 30 do século XX. É uma breve análise das legislações educacionais que deixa transparecer a intervenção do Estado, com leis de temáticas amplas que incluem a língua estrangeira (LE) e, mais recentemente, com legislações específicas, como, por exemplo, a lei 11.161/2005, que trata especificamente do ensino de espanhol.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;O artigo 3, DOCENTES E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO IFPR: PERFIL, ESCOLHAS METODOLÓGICAS E FORMAÇÃO CONTINUADA, traz um levantamento do perfil dos docentes de língua inglesa (LI) do IFPR, demonstra quem são esses docentes, qual a prática profissional, suas escolhas didáticas e metodológicas, bem como o conhecimento que possuem a respeito do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Técnica.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;O artigo 4, LÍNGUAS EM INTERAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA UTILIZANDO A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM, apresenta o projeto “Talentos do IFPR”, o qual incentiva os participantes a interagirem e a praticarem as línguas inglesa e espanhola por meio de diversas atividades, como pesquisas e apresentações artísticas, especialmente musicais, visto que a música é tida como um elo de contato e de aproximação e identificação dos estudantes com o mundo.&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;No artigo 5, </span><em><span style="font-weight: 400;">LET’S TALK</span></em><span style="font-weight: 400;">!: ANÁLISE DA PLATAFORMA DIGITAL </span><em><span style="font-weight: 400;">FLIPGRID</span></em><span style="font-weight: 400;"> PARA PRODUÇÃO ORAL EM LÍNGUA INGLESA NO ENSINO MÉDIO, a autora apresenta e analisa sua experiência no uso da plataforma </span><em><span style="font-weight: 400;">Flipgrid </span></em><span style="font-weight: 400;">como mediadora no desenvolvimento da oralidade dos alunos em língua estrangeira, principalmente em LI. Para isso, ela descreve seu funcionamento, assim como suas ferramentas e potencialidades, além de apresentar a proposta de atividades realizadas e o resultado de sua implementação em sala de aula.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Com relação ao artigo 6, “SAÚDE E CIDADANIA”: UMA PROPOSTA DE UNIDADE DIDÁTICA DE PORTUGUÊS LÍNGUA ADICIONAL PARA IMIGRANTES E REFUGIADOS, a autora retrata o trabalho desenvolvido num curso de extensão de Língua Portuguesa como língua adicional (PLA) com refugiados e imigrantes e constata que, apesar de inúmeras publicações didáticas na área, ainda há uma escassez de materiais e estudos voltados para a política linguística, sobretudo com relação à análise e à produção de materiais didáticos para contextos específicos de ensino-aprendizagem, como o caso do PLA.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;No artigo 7, OS GÊNEROS TEXTUAIS EM PRÁTICAS MEDIADORAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA, a autora apresenta um relato de experiência sobre o trabalho com sequências didáticas, aplicado a estudantes do curso de Ciências Biológicas do IFPR – </span><em><span style="font-weight: 400;">Campus </span></em><span style="font-weight: 400;">Londrina. Por meio da abordagem de temas presentes em componentes curriculares no curso de graduação, propõe a discussão e a aplicação de sequências didáticas planejadas para o ensino de língua portuguesa, como ferramenta de formação cidadã que ultrapassa os limites curriculares.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;O artigo 8, PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO A PARTIR DE FERRAMENTAS DA INTERNET: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM ACADÊMICOS DE LICENCIA- 11 TURA DE QUÍMICA DO IFPR, apresenta produções didáticas organizadas a partir de recursos e ferramentas gratuitas da internet para criação de infográficos e de apresentações dinâmicas, desenvolvidas na disciplina de Língua Portuguesa, do curso de graduação de Licenciatura em Química. A partir do estudo de textos do tipo informativo, selecionou-se o gênero textual infográfico para estudo e desenvolvimento de uma miniaula destinada a alunos do Ensino Médio, para a qual se propôs a elaboração de material didático digital.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;As autoras do artigo 9, A LITERATURA NO EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO, propõem uma análise dos documentos referentes à implantação e à organização do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, da Matriz de Referência para o ENEM 2009 (BRASIL, 2009), do Enem Exame Nacional do Ensino Médio, dos eixos cognitivos do Enem, do Guia de Elaboração e Revisão de Itens e das provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias aplicadas nos anos de 2013, 2014, 2015 e 2016, no que se refere ao conhecimento de literatura, avaliado no exame.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;No artigo 10, ESTÉTICA DA RECEPÇÃO, LEITURA SUBJETIVA E INCENTIVO À LEITURA EM TEMPOS DIGITAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ENSINO TÉCNICO INTEGRADO, a autora faz perceber, por meio do relato de um projeto de literatura realizado em seu </span><em><span style="font-weight: 400;">campus</span></em><span style="font-weight: 400;">, a importância da leitura de gêneros como </span><em><span style="font-weight: 400;">fanfics</span></em><span style="font-weight: 400;">, </span><em><span style="font-weight: 400;">HQs</span></em><span style="font-weight: 400;">, propagandas, </span><em><span style="font-weight: 400;">outdoors</span></em><span style="font-weight: 400;">, e-mails, páginas sociais e outros textos virtuais como forma de incentivar a construção de “uma trajetória leitora”, que parte de textos mais populares até chegar aos clássicos. A autora enfatiza 12 que todo tipo de leitura deve ser estimulado e valorizado para que o aluno possa construir seu senso crítico.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;Convidamos a leitora e o leitor a percorrerem conosco esses artigos, como em um voo em formação, para nessa rota conhecermos pesquisas e práticas de ensino na área de Letras. Os artigos do livro demonstram o quão variadas são as especialidades dos professores de línguas do Instituto Federal do Paraná e o quão possível é fazer percursos migratórios a partir das experiências do outro, multiplicando esforços, como aves em um voo coletivo.&nbsp;&nbsp;</span></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Ana Maria de Fátima Leme Tarani</span></em></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Marlene Aparecida Ferrarini-Bigareli</span></em></p> Ana Maria de Fátima Leme Tarini, Marlene Aparecida Ferrarini Bigareli (Org.) Copyright (c) 2021 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/32 Wed, 14 Apr 2021 00:00:00 -0300 Ensino da Arte na Educação Profissional e Tecnológica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/29 <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;A existência da Arte está relacionada à existência do próprio ser humano. Ela é fundamental no desenvolvimento de civilizações e sempre esteve presente na história da humanidade; porém, mesmo sendo tão presente nas sociedades, é alvo de constantes críticas e polêmicas. A Arte Contemporânea, então, consegue ampliar esse aspecto, sofrendo ataques constantes dos mais conservadores à população em geral, que, na maioria das vezes, tem pouco ou nenhum contato com essa área do conhecimento.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Dito isso, ressaltamos a importância da Arte na escola, em todos os anos da Educação Básica, pois, como uma expressão fundamental da nossa sociedade, deve ser estudada e compreendida por todas as pessoas, independentemente da carreira que desejem seguir. Todos devemos compreender Arte, porque ela faz parte da nossa vida em sociedade.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), a Arte está bem presente, pois o instituto possui dois cursos de licenciatura voltados para a área, um de Música e outro de Teatro. Isso permite que as ações envolvendo Arte sejam constantes, principalmente nos </span><em><span style="font-weight: 400;">campi</span></em><span style="font-weight: 400;"> em que acontecem as licenciaturas. O </span><em><span style="font-weight: 400;">Campus</span></em><span style="font-weight: 400;"> Avançado São João da Barra (CASJB) não abriga nenhuma das licenciaturas, porém fica relativamente perto dos </span><em><span style="font-weight: 400;">campi</span></em><span style="font-weight: 400;"> que as oferecem. Por outro lado, é o único </span><em><span style="font-weight: 400;">campus</span></em><span style="font-weight: 400;"> do IFF em que as aulas de Arte estão presentes em todos os anos do Ensino Médio Integrado ao Técnico.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;O município de São João da Barra está localizado na região litorânea do Norte Fluminense, no estado do Rio de Janeiro. É lá que o rio Paraíba do Sul deságua no mar, mais especificamente no distrito de Atafona. A partir de 1630, a re- 14 gião passou a ser colonizada por pescadores provenientes de Cabo Frio e, no século XVIII, a vila tornou-se um importante ponto de passagem para o açúcar proveniente de Campos dos Goytacazes em direção a Salvador. Em 17 de junho de 1850, a vila foi elevada à condição de cidade, por decreto do imperador brasileiro, Dom Pedro II. Após um período de decadência durante a maior parte do século XX, a cidade voltou a prosperar, com a descoberta de petróleo na Bacia de Campos no fim daquele século e a atual construção do Complexo Portuário do Açu. No entanto, é no distrito de Atafona que acontece o fenômeno do avanço do mar, que vem tomando espaço na cidade desde os anos 1970. Conforme a água avança, traz consigo a areia, que forma dunas onde antes havia quarteirões inteiros de residências e a avenida Atlântica – que já não existe na parte final da cidade (RANGEL, 2013).&nbsp;</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;A partir das aulas de Arte, todos esses fatos cruciais para os moradores do município, em especial para os alunos do Ensino Médio Integrado ao Técnico em Construção Naval, unem-se e permitem que esses indivíduos construam um olhar diferenciado sobre um fenômeno que os acompanha há gerações.</span></p> <p>&nbsp;</p> <p>&nbsp;</p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Amanda Cristina Figueira Bastos de Melo&nbsp;</span></em></p> <p><strong>Instituto Federal Fluminense</strong></p> Cristine Roberta Piasseta Xavier, Carine Rossane Piasseta Xavier, Hélio da Silva Júnior, Joyce Luciane Correia Muzi (Org.) Copyright (c) 2020 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/29 Fri, 06 Nov 2020 00:00:00 -0300 Fábrica Escola de Detergentes https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/30 <p><span style="font-weight: 400;">Segundo Borsato </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">. (2004), no Brasil, a indústria saboeira nasceu de uma forma bem simples, empregando o sebo de porco para a produção dos sabões. Porém, os produtos nacionais possuíam qualidade inferior aos de Portugal, onde a indústria era bem qualificada. As primeiras indústrias se instalaram na região de São Paulo e no Nordeste, localizadas próximas à indústria de óleo de coco, da qual as indústrias saboeiras recebiam os resíduos industriais para produzir o sabão. O aparecimento dos detergentes ocorreu em 1907, quando foi iniciada a utilização de matérias-primas como o perborato de sódio (NaBO3), silicato de sódio (Na2SiO3), carbonato de sódio (Na2CO3) e o ácido sulfônico (R-SO3H). Este último é muito utilizado para fabricar o detergente, por ser um tensoativo que se dissolve bem na água e em gorduras.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Com tantas evoluções em termos de qualidade e sustentabilidade, assim como inovações, a indústria saboeira vem se destacando cada vez mais no processo de fabricação. Portanto, podemos obter o produto com a utilização de vários recursos, até mesmo com matérias-primas recicláveis, como o soro de leite e o óleo residual de frituras. Essa atitude beneficia o meio ambiente, fazendo com que os subprodutos que seriam descartados sejam utilizados como matéria-prima de qualidade para um produto de uso diário.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;O soro de leite é o líquido remanescente da precipitação e remoção da caseína do leite, sendo, portanto, um subproduto resultante da fabricação do queijo. Tecnicamente chamado de lacto soro, seus principais componentes são: a lactose (4,5% - 5,0%), as proteínas solúveis (0,6% - 0,8%), os lipídios (0,4% - 0,5%) e os sais minerais (8,0% - 10,0%), de acordo com SISO (1996), citado por Leindecker (2012). Sua composição pode variar de acordo com o procedimento adotado para separação da caseína, podendo-se obter dois tipos de soro: o soro ácido (pH &lt; 5,0) e o soro doce (pH 6,0 – 7,0).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;O soro de leite é um subproduto de importância relevante, tendo em vista o volume produzido e também sua composição nutricional. Em média, a fabricação de 1 kg de queijo necessita de 10 litros de leite e fornece 9 litros de soro. Considerando, então, que a produção de queijos no Brasil está em torno de 450 mil toneladas por ano, tem-se o equivalente a 4,50 mil toneladas de soro produzidas no mesmo período (COSTA, 2012; SANTOS et al., 2012).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;O soro de leite pode ser abordado sob dois aspectos: como </span><em><span style="font-weight: 400;">agente de poluição</span></em><span style="font-weight: 400;">, se considerado produto descartável, visto que a descarga de soro em recursos de água pode provocar a destruição da flora e da fauna devido à sua alta demanda bioquímica de oxigênio (DBO); ou como </span><em><span style="font-weight: 400;">produto nobre</span></em><span style="font-weight: 400;">, devido ao seu teor de proteínas ricas em aminoácidos e gorduras (NEVES, 2001 </span><em><span style="font-weight: 400;">apud </span></em><span style="font-weight: 400;">LEINDECKER, 2012). Devido ao alto teor de gordura presente no soro de leite, este pode ser empregado em processos de saponificação, pois sua composição conta com ácidos graxos e ésteres graxos que podem reagir com bases fortes (tais como hidróxido de sódio ou de potássio) para formar sais, denominados sabões. Por apresentarem extremidades carboxílicas altamente polares, esses sabões tendem a se dissolver na água, minimizando, dessa forma, o impacto ambiental.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;&nbsp;Além do soro de leite, esta obra também apresenta os problemas em relação ao descarte inadequado de óleo residual de frituras. Essa prática acarreta uma crescente preocupação com o meio ambiente, pois o aumento do uso de óleos vegetais, frequentemente utilizados em frituras, produz danos quando despejados pelo ralo da pia, provocando o entupimento das tubulações nas redes de esgoto. Estima-se que um litro de óleo de cozinha descartado em um corpo hídrico contamine cerca de um milhão de litros de água, ou seja, o equivalente ao consumo de uma pessoa em um período de 14 anos. Os ambientalistas concordam que não existe um modelo de descarte ideal do produto, mas, sim, alternativas de reaproveitamento do óleo de fritura para a fabricação de biodiesel e sabão, por exemplo. O processo de saponificação, bem como a vantagem da reciclagem do óleo residual, apresenta-se como uma forma de trazer benefício ao meio ambiente e aos seres que nele habitam (PERREIRA </span><em><span style="font-weight: 400;">et al</span></em><span style="font-weight: 400;">., 2010).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Nesse cenário, acredita-se que são cada vez mais necessários trabalhos de pesquisa e projetos extensionistas que visem a orientar e alertar a comunidade sobre a importância de cuidar, preservar e utilizar os recursos naturais e resíduos ponderadamente.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;A falta de consciência e, muitas vezes, de informação por parte da população faz com que o óleo residual de frituras seja descartado em locais inadequados, como nos rios e no solo. Nesse sentido, é evidenciada a importância das ações que visam a um trabalho de sensibilização da comunidade, que pode ser articulado com o Ensino de Ciências nas escolas da Educação Básica.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Dentre as possibilidades de reaproveitamento do óleo residual de frituras, podemos citar a confecção de tintas, cosméticos, detergentes e biodiesel. Uma alternativa muito simples, que pode ser realizada de forma doméstica e sem a necessidade de grandes equipamentos, é a produção de sabão ecológico, tanto em barras quanto líquido (MONARETTO e DALLA COSTA, 2012).</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Nenhuma escola, nenhum sistema educacional será melhor do que a qualidade e a habilidade do professor. Porém, sua prática pedagógica dependerá de três fatores: qualidade básica, habilidade pessoal e preparo teórico e prático. No entanto, o quadro que a escola pública apresenta em relação às aulas ministradas pelo professor de Química é desanimador, considerando-se a falta de laboratórios, materiais e reagentes; o número reduzido de aulas; e a falta de incentivo para o aperfeiçoamento específico. Além disso, reconhece-se que é preciso reformular o Ensino de Química nas escolas, visto que as atividades experimentais são capazes de proporcionar um melhor conhecimento ao aluno, revelando a importância delas para o ensino das disciplinas.</span></p> <p><span style="font-weight: 400;">&nbsp;&nbsp;Este livro apresenta uma alternativa para atividades diferenciadas de ensino, a partir da produção de sabões articulada com o conteúdo da Química. Essa proposta tem como objetivo principal motivar o professor da disciplina a conduzir um trabalho diferenciado, que resgate o interesse do estudante e estimule sua aprendizagem, aproximando-o do real e dando significado ao conhecimento.</span></p> <p>&nbsp;</p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Edneia Durli Giusti Sandra&nbsp;</span></em></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">Inês Adams Angnes Gomes&nbsp;</span></em></p> <p><em><span style="font-weight: 400;">João Paulo Stadler</span></em></p> Edneia Durli Giusti, Sandra Inês Adams Angnes Gomes, João Paulo Stadler, Samara Geremia, Fabiana Kuiava Signor, Viviane Aparecida de Souza dos Santos, Graziele Del Sent da Silva (Org.) Copyright (c) 2020 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/30 Fri, 06 Nov 2020 00:00:00 -0300 Ensino por Investigação https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/27 <p>O livro Ensino por investigação: possibilidades e reflexões no PIBID Física IFPR é fruto do trabalho de docentes e discentes envolvidos com a educação básica e a formação de professores de Física no litoral paranaense.</p> <p>O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é desenvolvido no Instituto Federal do Paraná (IFPR) desde o segundo semestre do ano de 2012, envolvendo cursos de licenciatura dos campi Palmas e Paranaguá. Trata-se de uma iniciativa financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que tem como finalidade a melhoria da qualidade da formação dos professores e da educação básica brasileira, atuando por meio da concessão de bolsas a estudantes de licenciatura, professores da educação básica e das instituições de ensino superior.</p> <p>O PIBID visa a contribuir na formação de futuros docentes, tornando-os capazes de desenvolver estratégias didático-metodológicas diferenciadas. Além disso, objetiva trazê-los ao olhar investigativo em sala de aula por meio de acompanhamento e participação nas aulas, preparação dos conteúdos e vivências dentro da escola, possibilitando-lhes assim uma formação&nbsp; enquanto professor-pesquisador.</p> <p>O programa ainda permite uma aproximação na relação entre escolas da rede pública de ensino e instituições de ensino superior, criando muitas possibilidades tanto de atuação quanto de reflexões sobre a formação inicial e continuada de professores, valorizando o papel dos professores da educação básica e buscando uma melhoria na qualidade da educação.</p> <p>O objetivo da proposta do subprojeto Física do PIBID/IFPR consiste em proporcionar aos licenciandos uma experiência prática da realidade escolar que possibilite aos mesmos fazer relações entre a teoria e a prática desde o início da graduação, oportunizando mais tempo e vivências no ambiente escolar além do previsto na grade curricular do curso. Desse modo, busca-se realizar o<br>planejamento de ações estratégicas conjuntamente com os professores supervisores das escolas de atuação do subprojeto, envolvendo atividades diferenciadas durante as aulas de Física e Ciências. Dentre elas, tem-se a realização de atividades experimentais simples em sala de aula que possibilitem melhor entendimento dos conteúdos trabalhados. Além disso, verifica-se a inserção de metodologias que possam explorar tecnologias de informação e comunicação no ensino contextualizado dos conteúdos de Física e Ciências.</p> <p>O curso de licenciatura em Física do IFPR, Campus Paranaguá, iniciou com ingresso da primeira turma em 2011. A oportunidade de desenvolver um subprojeto do PIBID, desde o ano de 2012, foi muito bem recebida pela coordenação do curso e pelo colegiado de professores, em consonância com as propostas de consolidação do curso e ações voltadas a contribuir com a&nbsp;<br>qualidade na formação dos futuros professores de Física.</p> <p>O subprojeto Física do PIBID - IFPR Campus Paranaguá atua com duas equipes de bolsistas, divididas em duas coordenações de área. Uma dessas equipes, sob minha coordenação, está distribuída em duas escolas próximas ao campus, com atuação no ensino de Ciências no Ensino Fundamental e no ensino de Física no Ensino Médio. Dentre as ações previstas para o subprojeto estão a organização e o desenvolvimento de um grupo de estudo permanente sobre diferentes metodologias de ensino de Física e Ciências.</p> <p>Nesse sentido, durante o ano de 2017, esse grupo do subprojeto Física do PIBID/IFPR trabalhou com a proposta de leitura e discussão coletiva dos capítulos do livro organizado pela professora Anna Maria Pessoa de Carvalho, intitulado Ensino de Ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. Iniciando com as bases teóricas e epistemológicas sobre<br>processos de ensino-aprendizagem que sustentam a concepção de ensino por investigação, nos demais capítulos são apresentadas reflexões baseadas em resultados de pesquisas consolidadas, proporcionando o contato dos bolsistas, supervisores e desta coordenação de área com propostas de ensino por investigação em sala de aula.</p> <p>Para além das leituras e discussões sobre o ensino de Ciências por investigação realizadas durante o ano letivo de 2017, os bolsistas elaboraram e desenvolveram atividades nas escolas de atuação do subprojeto, utilizando-se dessa perspectiva de ensino investigativo, com orientação das professoras supervisoras das escolas de atuação do programa e minha coordenação.</p> <p>Nesse contexto, a proposta deste livro é apresentar, no conjunto de seus capítulos, uma seleção das recentes atividades desenvolvidas por uma parte da equipe do subprojeto de Física do PIBID/IFPR, que têm como pano de fundo o ensino de Ciências por investigação, tomando como referencial teórico a obra citada anteriormente para embasar os capítulos a seguir.</p> <p>Pelo fato de a abrangência do subprojeto possibilitar ações em escolas municipais e estaduais, o livro foi dividido em duas partes: a primeira, relativa ao ensino de Ciências no Ensino Fundamental; e a segunda, relacionada ao ensino de Física no Ensino Médio.</p> <p>No primeiro capítulo, intitulado “Explorando as fases da lua: uma alternativa viável de alfabetização científica”, é apresentada uma Sequência de Ensino Investigativa relacionada à Astronomia, área pouco abordada no Ensino Fundamental, principalmente em função da formação de professores para essa etapa da escolarização.&nbsp;</p> <p>No capítulo seguinte, “Uma aplicação para o ensino de eletricidade: da geração à nossa casa”, relata-se uma proposta desenvolvida com turmas de 3° ano do Ensino Fundamental, apresentando também um tema pouco abordado<br>nesse nível de ensino, mas presente em nosso cotidiano e portanto interessante de ser trabalhado nos anos iniciais da escolarização.</p> <p>O terceiro e quarto capítulos apresentam parte das atividades de um projeto intitulado Física das embarcações. Em “Evolução das embarcações: uma discussão histórica através de uma leitura investigativa”, os autores apresentam uma possibilidade investigativa com a utilização da leitura no ensino de Ciências. Já no capítulo “Visita ao porto de Paranaguá: compreendendo a<br>flutuação dos navios”, é relatada a aplicação da última atividade do projeto, na qual foi realizada uma visita técnica monitorada ao porto de Paranaguá com o intuito de sistematizar e discutir aspectos abordados nas atividades anteriores do projeto.</p> <p>A segunda parte do livro é composta por três capítulos que apresentam atividades desenvolvidas na disciplina de Física em turmas do Ensino Médio. Primeiramente, no capítulo “Força de atrito: uma abordagem experimental”, os autores apresentam uma proposta de transformação de uma atividade experimental demonstrativa em atividade investigativa, discutindo os limites e<br>possibilidades dessas ações no Ensino Médio.</p> <p>No capítulo seguinte, intitulado “Uma exploração prática dos conceitos de ondas”, relata-se uma proposta desenvolvida em&nbsp; turmas do 2º ano do Ensino Médio, em que foram utilizados recursos para promover a discussão entre os estudantes a partir de suas concepções prévias e problematizações sobre o tema.</p> <p>O capítulo “Processo de leitura: um viés possível no ensino de Física” encerra o livro, apresentando uma proposta que envolve a prática de leitura no Ensino Médio em uma perspectiva investigativa, valorizando e incentivando a leitura no ensino de Física.</p> <p>Com as experiências relatadas nesse livro por estudantes bolsistas, supervisores e coordenadora de área do PIBID Física/IFPR, reitera-se a necessidade de políticas de formação de professores pautadas na articulação entre as instituições de ensino&nbsp; formadoras e as escolas da educação básica, objetivando promover diálogos e ações efetivas para o aperfeiçoamento e a<br>valorização da formação inicial e continuada de professores e buscando a melhoria do ensino de Ciências e Física nas escolas de educação básica.&nbsp;</p> <p><br><em>Caroline Dorada Pereira Portela</em></p> Caroline Dorada Pereira Portela (Org.) Copyright (c) 2019 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/27 Fri, 01 Nov 2019 00:00:00 -0300 Passado, Presente e Futuro https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/28 <p>Ao rememorar esses dez anos de Instituto Federal do Paraná (IFPR), é impossível não lembrar da minha entrada na instituição no ano de 2009, no seu primeiro concurso, e do quanto fiquei impressionado com a estrutura da Escola Técnica no dia em que fiz a prova. O fato de o IFPR ter surgido da Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) traz um significado muito importante para nós, pois já contava com 139 anos de história. Então, ao nascer em 29/12/08, com a Rede Federal de Educação <br>Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), o Instituto já era resultado de uma longa jornada.</p> <p>Nascemos! Na época, 65 servidores da UFPR foram trabalhar no IFPR. Porém, era um número bastante reduzido para criar todos os documentos institucionais — estatuto, regimento, demais normativas internas e resoluções, voltadas para ensino, pesquisa e extensão—, sem contar a correria para criação e eleição dos conselhos — Consap, Consep, Consup.</p> <p>Assim, surgia um dos primeiros desafios: a necessidade de servidores. Tudo precisava ser feito com urgência, mas havia pouca gente trabalhando, o que exigiu muita dedicação dessas pessoas. Foi feita muita coisa com pouca gente, poucas mãos trabalhando para se constituir a instituição. Entretanto, aos poucos, avançava. Além disso, havia a questão de infraestrutura física.</p> <p>Hoje os campi possuem uma infraestrutura adequada ou caminhando para isso; os processos estão cada vez melhores; ainda temos o défice do corpo técnico-administrativo, que já está sendo estruturado; o Instituto já está consolidado em 25 municípios paranaenses e, devido à Educação a Distância (EaD), chegamos a alcançar cerca de 85 mil estudantes em todo o Brasil. Para 2019, abrem-se as portas para os próximos dez anos do IFPR: o Campus Avançado Arapongas e o Centro de Referência de São <br>José dos Pinhais.</p> <p>Parabenizo a Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proeppi), pela ideia do lançamento deste livro de memórias, por meio de relatos de servidores dos 25 campi e da Reitoria. Essas pessoas, que eram poucas e se fizeram múltiplas, contam com um olhar único de quem sentiu na pele todos altos e baixos dessa trajetória, o percurso dessa primeira década.</p> <p>Este é um livro fantástico, pois conta em tons ora saudosos, ora poéticos, mas sempre de forma marcante e apaixonada a história do IFPR. É uma obra feita não apenas para os que já fazem parte dessa família, mas também para todos que ainda virão se unir a ela, para saberem o quanto de dedicação e amor foram usados para construir o que hoje somos.</p> <p>Sabemos que avançamos bastante na Educação Profissional, Científica e Tecnológica no Paraná, mas também ainda há muito a ser feito. Temos excelentes perspectivas: novos campi chegando, novas parcerias. Que nos apoiemos nessa estrada percorrida, como alicerce firme para nos projetar nos próximos anos, fazendo um IFPR cada vez mais inclusivo, humano, sempre motivo de orgulho para seus servidores e para a comunidade na qual está inserido.<br><br></p> <p><em>Odacir Antonio Zanatta</em></p> <p><strong>Reitor do IFPR</strong></p> Odacir Antonio Zanatta, Marcelo Estevam, Vanessa dos Santos Tavares, Roberta Rios Amoedo da Cunha Neves Menezes (Org.) Copyright (c) 2019 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/28 Mon, 11 Mar 2019 00:00:00 -0300 Metodologias Pedagógicas Inovadoras https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/22 <p>As obras coletivas concebem como significação um conjunto de vários textos selecionados e reunidos; é equivalente à antologia, sendo, portanto, um lugar da memória e discussão comunitária e coletiva. Elas, orbitando sob a égide de uma temática, trilham por seus capítulos no tempoespaço possível e possibilitado pelas perspectivas de seus autores e autoras. A reunião de textos<br>contemplada por dois volumes intitulados “Metodologias Pedagógicas Inovadoras: contextos da Educação Básica e da Educação Superior” oferece discussões contemporâneas sobre a temática abordada. Assim, configura-se cada vez mais evidente na vida profissional de professores e professoras, gestores e gestoras educacionais o repensar a prática metodológica na docência em tempos que se torna tão necessária a análise profunda da revisão de métodos, técnicas, tendências e concepções educacionais.</p> <p>Consideramos que a preocupação com a temática contraria, por vezes, as expectativas teóricas e enriquece a construção de uma práxis que envolve todos os níveis e modalidades da Educação Básica e da Educação Superior. Desse modo, ao se refletir acerca das metodologias pedagógicas inovadoras, oportunizam-se novos caminhos educativos e diferentes possibilidades e estratégicas educacionais, em que o ato de explorar outros significados para a prática pedagógica auxilia na construção coletiva de olhares diferenciados e múltiplos para os processos de ensino e aprendizagem.</p> <p>Diante de tal preocupação, a organização reúne colaborações científicas e práticas de pesquisadores e pesquisadoras atuantes na docência em vários níveis e modalidades de ensino. Evidencia-se que as colaborações somam pensamentos oriundos de&nbsp; pesquisas e práticas pedagógicas já delineadas, além de aplicadas em diversos contextos e perspectivas metodológicas de instituições diversas, oportunizando que sua abrangência ultrapasse o obstáculo da teoria e seja cultivada no significado e diálogo para a constituição de aprendentes mais ativos, críticos e emancipados.&nbsp;</p> <p>Isso posto, a abordagem das metodologias pedagógicas inovadoras evidencia a relevância em se abrir às novas experiências, contribuições e aspirações teóricas que repercutirão em nossas práticas para o trabalho da docência. Para tanto, esta coletânea divide-se em capítulos e se abre acolhendo pensamentos, experiências e pesquisas que apresentam aos leitores e leitoras uma organização multifacetada, isto é, com múltiplas perspectivas e análises, cuja função está em dialogar com os professores e professoras, não somente da Educação Superior, mas propor o diálogo também aos professores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica, que hoje atuam diretamente com uma diversidade de aprendentes.</p> <p>Não é tarefa das mais fáceis discorrer sobre uma obra tão única, e, ao mesmo tempo tão plural: reunir textos marcados por suas características peculiares e pontos de vista próprios – refletir sobre a nossa prática profissional, analisar o nosso contexto educacional e, além de tudo, propor o diálogo como ponto de convergência na organização dos capítulos.</p> <p>Esperamos que esta obra coletiva consiga atingir o potencial de ressignificar e oportunizar novos olhares e, desta forma, disseminar estratégias para a sensibilização acerca do tema para o contexto educativo. Propomos,como educadores e educandos a um só tempo, problematizar nossa realidade e nossas práticas, sem esquecer de reverberar, mesmo que em poucas páginas, a conduta complexa, dinâmica e veloz que é o ensinar na contemporaneidade.</p> <p>Desejamos uma boa leitura!</p> <p><br><em>Eduardo Fofonca</em><br><em>Gláucia da Silva Brito</em><br><em>Marcelo Estevam</em><br><em>Núria Pons Vilardell Camas</em></p> Eduardo Fofonca, Glaucia da Silva Brito, Marcelo Estevam, Nuria Pons Vilardell Camas (Org.) Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/22 Fri, 07 Sep 2018 00:00:00 -0300 Metodologias Pedagógicas Inovadoras https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/23 <p>As obras coletivas concebem como significação um conjunto de vários textos selecionados e reunidos; é equivalente à antologia, sendo, portanto, um lugar da memória e discussão comunitária e coletiva. Elas, orbitando sob a égide de uma temática, trilham por seus capítulos no tempoespaço possível e possibilitado pelas perspectivas de seus autores e autoras. A reunião de textos<br>contemplada por dois volumes intitulados “Metodologias Pedagógicas Inovadoras: contextos da Educação Básica e da Educação Superior” oferece discussões contemporâneas sobre a temática abordada. Assim, configura-se cada vez mais evidente na vida profissional de professores e professoras, gestores e gestoras educacionais o repensar a prática metodológica na docência em tempos que se torna tão necessária a análise profunda da revisão de métodos, técnicas, tendências e concepções educacionais.</p> <p>Consideramos que a preocupação com a temática contraria, por vezes, as expectativas teóricas e enriquece a construção de uma práxis que envolve todos os níveis e modalidades da Educação Básica e da Educação Superior. Desse modo, ao se refletir acerca das metodologias pedagógicas inovadoras, oportunizam-se novos caminhos educativos e diferentes possibilidades e estratégicas educacionais, em que o ato de explorar outros significados para a prática pedagógica auxilia na construção coletiva de olhares diferenciados e múltiplos para os processos de ensino e aprendizagem.</p> <p>Diante de tal preocupação, a organização reúne colaborações científicas e práticas de pesquisadores e pesquisadoras atuantes na docência em vários níveis e modalidades de ensino. Evidencia-se que as colaborações somam pensamentos oriundos de&nbsp; pesquisas e práticas pedagógicas já delineadas, além de aplicadas em diversos contextos e perspectivas metodológicas de instituições diversas, oportunizando que sua abrangência ultrapasse o obstáculo da teoria e seja cultivada no significado e diálogo para a constituição de aprendentes mais ativos, críticos e emancipados.&nbsp;</p> <p>Isso posto, a abordagem das metodologias pedagógicas inovadoras evidencia a relevância em se abrir às novas experiências, contribuições e aspirações teóricas que repercutirão em nossas práticas para o trabalho da docência. Para tanto, esta coletânea divide-se em capítulos e se abre acolhendo pensamentos, experiências e pesquisas que apresentam aos leitores e leitoras uma organização multifacetada, isto é, com múltiplas perspectivas e análises, cuja função está em dialogar com os professores e professoras, não somente da Educação Superior, mas propor o diálogo também aos professores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica, que hoje atuam diretamente com uma diversidade de aprendentes.</p> <p>Não é tarefa das mais fáceis discorrer sobre uma obra tão única, e, ao mesmo tempo tão plural: reunir textos marcados por suas características peculiares e pontos de vista próprios – refletir sobre a nossa prática profissional, analisar o nosso contexto educacional e, além de tudo, propor o diálogo como ponto de convergência na organização dos capítulos.</p> <p>Esperamos que esta obra coletiva consiga atingir o potencial de ressignificar e oportunizar novos olhares e, desta forma, disseminar estratégias para a sensibilização acerca do tema para o contexto educativo. Propomos,como educadores e educandos a um só tempo, problematizar nossa realidade e nossas práticas, sem esquecer de reverberar, mesmo que em poucas páginas, a conduta complexa, dinâmica e veloz que é o ensinar na contemporaneidade.</p> <p>Desejamos uma boa leitura!</p> <p><br><em>Eduardo Fofonca</em><br><em>Gláucia da Silva Brito</em><br><em>Marcelo Estevam</em><br><em>Núria Pons Vilardell Camas</em></p> Eduardo Fofonca, Gláucia da Silva Brito, Marcelo Estevam, Núria pons Vilarell Camas (Org.) Copyright (c) 2018 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/23 Fri, 07 Sep 2018 00:00:00 -0300 Currículo Inovador https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/18 <p>Talvez uma das mais nevrálgicas discussões da educação contemporânea seja a que diz respeito ao conjunto de saberes que são&nbsp; praticados e ensinados nos ambientes escolares e as implicações do ato de ensiná-los.</p> <p>Se, em um exercício retórico, propuséssemos que cada um que lê este texto elencasse saberes fundamentais que deveriam ser&nbsp; estudados nas escolas (não estamos nos referindo a conteúdos ou matérias, pensamos em saberes em um sentido mais amplo) teríamos uma imensa lista de conhecimentos incrivelmente diversos, com prováveis convergências, mas muitas diferenças.</p> <p>Se continuássemos no exercício acima questionando o porquê cada um percebeu aqueles saberes como fundamentais,&nbsp; provavelmente chegaríamos à conclusão que cada um, por suas vivências, criou um sentido, uma percepção de saberes que são importantes e prioritários tanto para a vida presente como para a vida futura e, não raro, vários destes saberes elencados e&nbsp; justificados não são objetos de trabalho nas escolas ou sequer são considerados importantes. Levando-se em conta o exercício&nbsp; supracitado podemos afirmar que cada qual possui uma percepção de prioridades e relevância dos saberes.</p> <p>A obra que o leitor tem em mãos parte das inquietações acerca desses saberes e conhecimentos que, sem dúvida, são coletivos e compartilhados socialmente, mas inegavelmente são assimilados em muitos aspectos individualmente, em tempos e com interesses diversos; direcionados, reorientados, desconstruídos e reconstruídos mediante a ação, interesse e capacidade do sujeito.</p> <p>Isto é, se a absorção e sentidos dos saberes é prioritariamente individual (embora realizado coletivamente), por que até hoje se ignorou o importante papel dos(as) estudantes e, porque não dos(as)professores(as), no exercício de ensino-aprendizagem? Por que os currículos chegam prontos, os conteúdos já delineados e até mesmo o tempo e o como se ensina e aprende são encartilhados”, promovendo a paralisia do sistema educacional e de seu repensar constante, especialmente pelos agentes e protagonistas do processo?</p> <p>Neste sentido, ressaltam as questões: se as histórias de vida, origens, expectativas de futuro, percepções de mundo etc., são tão distintas, o que faz com que a escola tenha apenas um currículo? E mais ainda: porque existem saberes considerados válidos e outros considerados inválidos? Quem define o rol de saberes válidos? Quais interesses mediadores foram movimentados nesta seleção?</p> <p>Inegavelmente, desde o início do século XX, as políticas curriculares são massificadas e homogeneizadoras para construir uma sociedade a partir de parâmetros escolhidos por uma burocracia estatal criada para este fim. No final do século XX e início do XXI, os currículos escolares passaram a ser cada vez mais estudados e criticados, em especial, por não conseguirem responder às demandas de gerações cada vez mais conectadas a aparatos tecnológicos que promovem acesso a conhecimentos de um escopo variadíssimo.</p> <p>Em síntese, a escola, que era protagonista do processo de acesso ao conhecimento, tem se tornado cada vez menos significativa e precisa encontrar alternativas para lidar com estudantes do século XXI.&nbsp;</p> <p>Desta forma, no contexto destas necessidades, o IFPR campus Jacarezinho se propôs a tentar encontrar alternativas que conseguissem convergir, dentro de uma estrutura educacional-administrativa, às necessidades de um mundo em mudanças, com os objetivos e a missão dos Institutos Federais: remodelando o ensino técnico integrado via uma estrutura curricular que contemplasse as diversidades de docentes e discentes, respeitando as variadas histórias de vida e perspectivas futuras, promovendo um ensino de qualidade, que tem como meta a construção de uma sociedade mais justa e apta para os tempos hodiernos.</p> <p>Para tanto, por meio de grupos de trabalhos compostos por docentes e técnicos administrativos, começou-se a delinear o que seria configurado como uma estrutura curricular flexível que permitisse ao estudante a construção de seu próprio itinerário formativo.</p> <p>O estudante, a partir de sua história de vida, suas virtudes e limitações, o desenvolvimento de seus processos metacognitivos e suas perspectivas de futuro, escolhe periodicamente o que vai estudar e vai compondo seu trajeto, construindo seu caminho, caminhando e refletindo sobre suas escolhas, sua aprendizagem e seu futuro.</p> <p>Neste modelo, as matérias ou disciplinas abrem espaço ao conceito de Unidades Curriculares (UC), que são partes do&nbsp; conhecimento, mas que não se desvinculam dele. Tal qual estruturas fractais, as Unidades Curriculares pretendem ser representativas do todo sem perder a ligação com ele. Estas Unidades Curriculares, que preferencialmente procuram ser temáticas, transdisciplinares, interdisciplinares, próximas à vida dos estudantes, devem exigir o mínimo de pré-requisitos e ter começo e fim nela mesma.</p> <p>As Unidades Curriculares podem ser pautadas em projetos, conteúdos, objetivos, ações, problemas; podem ter um, dois ou mais professores(as); podem versar sobre assuntos do cotidiano, assuntos de vestibular/ENEM, conteúdos tradicionais, assuntos polêmicos, construções históricas, questões sociais; podem ter quatro, dez ou quarenta estudantes que podem assistir aulas expositivas, criar projetos de intervenção na comunidade, criar robôs, realizar trabalhos de campo, desenvolver produtos inovadores ou simplesmente ler e/ou produzir livros.</p> <p>Não existem barreiras com relação a formas tradicionais de conteúdos ou de se lecionar, pois sabemos que cada docente possui&nbsp; seu tempo de maturação e que boa parte do saber docente é experiencial, ou seja, motiva-se a mudança, mas não se limita o docente, que deve estar à vontade com seu conteúdo e metodologia para que os(as) estudantes aprimorem sua capacidade de&nbsp; absorção e significação dos conteúdos e objetivos trabalhados. Também não se colocam limites à criatividade na proposição de assuntos, metodologias e trabalhos com os(as) estudantes.</p> <p>As Unidades Curriculares surgem a partir das reuniões de cada área do conhecimento (Ciências humanas, Ciências da natureza, Linguagens e Códigos e Núcleo Técnico), que buscam tecer uma rede de conhecimentos que atenda as diretrizes curriculares, os vestibulares, as pautas regionais, os anseios dos(as) estudantes e, ainda, promovam uma formação cidadã e crítica. Elas são&nbsp; propostas tentando tapar lacunas ou ressaltar aspectos relevantes, podem ligar mais que uma área do conhecimento, relacionar as áreas do conhecimento com a realidade ou ainda levar o(a) estudante a fazer estas conexões. Mas as Unidades Curriculares <br>podem surgir também a partir de demandas dos(as) estudantes, fruto de suas inquietações e conflitos.</p> <p>Quando todo o repertório de unidades curriculares está construído e distribuído ao longo dos horários da semana aproximadamente 230 unidades curriculares na semana), os(as) estudantes realizam o exercício da escolha. Com o passar do tempo, os(as) estudantes ganham a percepção de que escolher não é pegar algo pra si, mas sim abrir mão de todo o resto que&nbsp; está ao redor. Para cada unidade que se escolhe, deixam-se de lado dez outras que poderiam ser tão atraentes quanto a que se escolheu.</p> <p>Escolhas!</p> <p>Escolher é o exercício da reflexão e da consciência. Quando se leva o(a) professor(a) a refletir e escolher o que e como trabalhar com os(as) estudantes, realiza-se sua valorização, seu empoderamento. O mesmo ocorre com o(a) estudante quando se abre espaço para a escolha do que estudar; ainda que muitos creiam que ele não tem capacidade para isso, coloca-se o sujeito frente a um imenso exercício reflexivo sobre quem ele é e sobre quem quer ser.</p> <p>Talvez não seja possível em poucas páginas explicar todo o contexto e a envergadura da mudança, mas, o que se segue são relatos de professores(as) que criaram e aplicaram Unidades Curriculares, algumas bem sucedidas, outras com <br>necessidades de aperfeiçoamentos, mas sempre com uma compreensão: de que a mudança é possível e necessária!</p> <p>Este livro apresenta uma proposta de mudança, uma tentativa de se repensar o processo de ensino-aprendizagem capitaneada por um grupo de professores e técnicos-administrativos do Campus Jacarezinho do Instituto Federal do Paraná. Esperamos que seja um incentivo a novas mudanças e transformações, que seja um alento no árido deserto que se transformou a educação pública brasileira.</p> <p>Contudo, mais que isso, que seja uma fagulha de inquietações, um manancial de provocações e, por fim, um ponto de partida para, pelo menos, se pensar a educação brasileira, seja via críticas, elogios ou adaptações.</p> <p><strong>Boa Leitura!</strong></p> <p><em>Os organizadores</em></p> Hugo Emmanuel da Rosa Corrêa, Rodolfo Fiorucci, Sergio Vale da Paixão (Org.) Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/18 Thu, 06 Sep 2018 00:00:00 -0300 Do Couvert ao Café... https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/19 <p>Esta refeição acadêmica apresenta ao comensal-intelectual memórias de pescadores de Foz do Iguaçu. Foram realizadas análises a partir de narrativas sobre vivências, cotidiano e alimentação. Assim, “Do Couvert ao Café: pescadores, memórias e comidas”&nbsp; segue a sequência de uma refeição, abordando os seguintes itens: o “Couvert” introduz o leitor ao texto trazendo os objetivos e a caracterização do objeto de pesquisa. Na “Entrada” está presente o percurso teórico-metodológico da pesquisa, apresentando os pescadores, os métodos, as entrevistas e seus cenários.</p> <p>Na continuação, a seção do “Pescado” traz uma discussão sobre o “ser pescador” e uma análise das narrativas sobre vivências de pescadores abordando suas fronteiras, físicas e humanosimbólicas, incluindo informações sobre o pescador de ontem e o pescador de hoje, o pescador e os filhos e relatos sobre o contrabando. Na próxima seção, o “Prato Principal” possui relatos de pescadores e de seus familiares sobre memórias alimentares e suas discussões e desdobramentos. A “Sobremesa” constitui um<br>momento de reflexão e de pausa da refeição frente às comidas ingeridas e contém ruminares sobre a comida e o alimento, os<br>grupos alimentares e os pescadores, a representação simbólica da carne bovina na dieta dos pescadores, a comida como identidade e como fronteira e finaliza com uma discussão mais aberta dos comportamentos alimentares.&nbsp;</p> <p>E, como uma boa refeição, finaliza com o trivial e digestivo “Café”. Essa conclusão tem o gostinho de “quero mais”, com o epílogo ou o prefácio de histórias e memórias de pescadores a partir de suas emocionantes narrativas, finalizando com reflexões do caminhar acadêmico. O procedimento metodológico adotado no trabalho busca interpretar dados obtidos através das narrativas,<br>sendo considerada uma pesquisa oral temática.</p> <p>Foram realizadas nove entrevistas e dez diálogos com pessoas envolvidas com a atividade pesqueira. O olhar a essas fontes, esses personagens da história de Foz do Iguaçu, faz esse livro ser memórias e fonte. Essa escrita dirige-se ao leitor comum e ao<br>letrado. Tem algo a acrescentar/agregar a ambos, cada um em sua particularidade. Partindo, portanto, desta perspectiva, pode-se afirmar que o estudo é dedicado às práticas cotidianas dos pescadores no âmbito da pesca, da fronteira, da família e da alimentação.<br>Desse modo, essa escrita é uma refeição para se ruminar intelectualmente. No conjunto do levantamento realizado são constituídas bases que colaboram para uma compreensão transdisciplinar sobre o aspecto alimentar, ressaltando a alimentação como uma das ferramentas das ciências sociais. Espera-se ainda contribuir com o registro de memórias e com a<br>história da alimentação na localidade.</p> <p><em>Paola Stefanutti</em><br><em>Valdir Gregory</em></p> <p>&nbsp;</p> Paola Stefanutti, Valdir Gregory Copyright (c) 2022 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/19 Thu, 06 Sep 2018 00:00:00 -0300 Educação do Campo e Agroecologia no IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/20 <p>Com a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica por meio da Lei n° 11.892/2008, iniciamos a saga da construção dos Institutos Federais e assumimos a grande tarefa de estabelecer unidades que apresentem um ensino gratuito e de qualidade em todo território nacional. Hoje a Rede Federal conta com 38 Institutos Federais de Educação e o Instituto <br>Federal do Paraná - IFPR tem destaque em diversas áreas de atuação. Segue sua missão de“<em>Promover a educação profissional e tecnológica, pública, de qualidade, socialmente referenciada, por meio do ensino, pesquisa e extensão, visando à formação de cidadãos críticos, autônomos e empreendedores, comprometidos com a sustentabilidade</em>”.</p> <p>O IFPR atua na Educação do Campo desde seu início, ao proporcionar e estimular a criação de cursos de Agroecologia em várias regiões do Paraná. Em meio as modalidades de ensino que o IFPR proporciona, é relevante a importância dos cursos destinados aos povos e comunidades tradicionais e do campo, considerando suas especificidades e buscando reconhecimento através de <br>ações de ensino, pesquisa e extensão dentro das comunidades do campo.</p> <p>A qualificação e o direito à educação são objetivos da Educação do Campo. Práticas exitosas contribuem para o acesso, permanência e êxito de jovens e adultos no campo e comunidades tradicionais. Com isso percebo o dever que temos em proporcionar espaços de discussão e buscar a realidade social para promover um ensino inclusivo e garantir o acesso à educação de qualidade social. Várias foram as práticas de Educação do Campo realizadas e consolidadas ao longo destes 10 <br>anos no IFPR. Considerando as características de cada região e os povos ali presentes, as práticas realizada nos Campi tiveram trajetórias, dificuldades, oportunidades e resultados distintos. Tais práticas demonstram como nossa instituição atinge as diversas facetas da Educação do Campo, aproxima as pessoas e proporciona experiências de troca de saberes.</p> <p>Assim, este livro apresenta relatos de atividades realizadas nos Campi que reforça a importância da Educação do Campo no IFPR e demonstra que estamos no caminho de uma educação libertadora.&nbsp;</p> <p><em>Odacir Antônio Zanatta</em><br><strong>Reitor do IFPR</strong></p> <p>&nbsp;</p> Mônica Luiza Simião Pinto, Marcelo Estevam, Ana Cláudia Radis, João Cláudio Bittencourt Madureira (Org.) Copyright (c) 2018 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/20 Thu, 06 Sep 2018 00:00:00 -0300 Educação Profissional e Tecnológica https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/21 <p>O livro <em>Educação Profissional e Tecnológica: história, práticas e currículo</em> é resultado de um esforço coletivo em prol da divulgação das pesquisas e dos resultados obtidos entre 2013 a 2017 por estudantes e professores da Especialização em Educação Profissional Técnica de Nível Médio ofertada pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus Curitiba. Os artigos oriundos das defesas de Trabalho de Conclusão de Curso trazem importantes e inéditas contribuições por meio de pesquisas voltadas à Educação Profissional.</p> <p>O registro sobre Educação Profissional tem se mostrado como um campo riquíssimo, posto que a expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a partir do ano de 2008 tem oportunizado experiências diversificadas nas mais diversas realidades que ainda carecem de acompanhamento, estudo e avaliação.</p> <p>Toda a discussão a respeito da Educação Profissional passa minimamente pelo entendimento da realidade social mais ampla,&nbsp; bem como pela compreensão de que os processos educativos exigem não só o conhecimento dos aspectos relacionados aos conteúdos específicos de cada área, mas também do conhecimento da área pedagógica.</p> <p>O livro divide-se em três partes. A primeira abrange três artigos que abordam a história da Educação Profissional. Os dois primeiros, H<em>istória do curso de Prótese Dentária no IFPR – Campus Curitiba</em>, de Vanessa Cauê Krugel e Wilson Lemos Júnior, e <em>História do curso técnico em Massoterapia do Instituto Federal do Paraná – Campus Curitiba</em>, de Claudia Monteiro dos Santos Bontorin e Wilson Lemos Junior, relatam um pouco da experiência histórica vivenciada em dois cursos do IFPR, criados na década de 1990, ainda pertencentes à Escola Técnica do Setor de Educação Profissional e Tecnológica (SEPT) da Universidade Federal do<br>Paraná (UFPR). Já o terceiro artigo, <em>A organização e as bases pedagógicas das reformas Capanema do ensino técnico profissional no Brasil (1931-1946)</em>, de Carlos Maluly e Wilson Lemos Junior, faz uma análise da legislação da educação industrial a partir de uma pesquisa com fontes históricas: não só as legislações, mas também artigos de jornais da época.</p> <p>A segunda parte é dedicada a Teoria e Práticas da Educação Profissional e Tecnológica. Aqui, encontram-se reunidos quatro artigos. Os artigos de Débora Consuelo Hostert Bezerra e Aline Renée Benigno dos Santos, intitulado <em>O processo de avaliação no Instituto Federal do Paraná: a utilização da portaria n.120/09</em>, e o artigo <em>Instituto Federal do Paraná e inclusão: um panorama de atendimento às pessoas com necessidades educacionais específicas (NAPNE)</em>, de Caroline Candido Veroneze e Aline Renée Benigno dos Santos, que abordam duas importantes questões em relação ao IFPR, sendo uma dedicada ao atendimento de pessoas com necessidades especiais e outra dedicada à Portaria 120/09, que definia os procedimentos avaliativos adotados no IFPR. Ainda nesse capítulo, há o artigo de Leandro Luís Garcia e Leandro Rafael Pinto, intitulado <em>Programa Jovem Aprendiz: a importância na formação profissional e no acesso ao mercado de trabalho</em> e também o artigo <em>Formação pedagógica dos professores que atuam em cursos técnicos: um estudo de caso ilustrativo</em>, de Maria Estefane Csiguel e Sandra Terezinha&nbsp; Urbanetz. Ambos os artigos abordam temas especialmente caros à Educação Profissional, como o Programa Jovem Aprendiz e a formação pedagógica dos professores.</p> <p>A terceira parte, intitulada <em>Currículo e Formação na Educação Profissional e Tecnológica</em>, aborda em especial a realidade dos cursos e currículos adotados pelo IFPR, caso dos três artigos. O primeiro intitula-se <em>A promoção da educação alimentar para a saúde bucal: percepção dos alunos do curso técnico em Saúde Bucal do Instituto Federal do Paraná</em>, de Gisele Müller Mansur e Maria Lúcia Tozetto Vettorazzi. O segundo, <em>Conhecimento sobre NR-10 dos discentes dos cursos técnicos subsequentes de Eletromecânica e Eletrotécnica do IFPR - Campus Curitiba</em>, de Marcos César Queiroz e Leandro Rafael Pinto, e o terceiro,&nbsp;<em>Análise do perfil docente dos professores das disciplinas técnicas do curso técnico de Edificações do IFPR - Campus Curitiba</em>, de Osmar Barbosa e Sandra Terezinha Urbanetz. Os três artigos mantêm como foco de pesquisa alguns dos cursos ofertados&nbsp; atualmente no IFPR – Campus Curitiba. Ainda na terceira parte, soma-se o artigo de Luciana Mickus Pichorim e Sandra Terezinha Urbanetz, <em>A oferta de cursos técnicos em guia de turismo e a atuação profissional do egresso</em>.</p> <p>Ao adentrarmos no mundo da Educação Profissional, nos deparamos com desafios apaixonantes e cotidianos que nos instigam a<br>aprender cada vez mais e melhor. O estímulo ao aprendizado permanente é uma das contribuições fundamentais à área da educação. Desejamos a todos uma boa leitura e o incentivo de que esta obra possa inspirar cada vez mais novas pesquisas nessa área!</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Os autores</em>&nbsp;</p> Leandro Rafael Pinto, Sandra Terezinha Urbanetz, Wilson Lemos Júnior (Org.) Copyright (c) 2018 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/21 Thu, 06 Sep 2018 00:00:00 -0300 Química Orgânica Experimental https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/25 <p>A Química Verde (QV) vem sendo incrementada às atividades químicas – sejam elas didáticas, de pesquisa ou industriais – por representar uma nova forma de conceber e praticar a Química com mais segurança e responsabilidade social e ambiental. A Química Verde se apoia sobre 12 (doze) princípios, os quais podem ser divididos em três grandes categorias: uso de fontes renováveis ou recicladas de matéria prima; aumento da eficiência energética; e evitar o uso de substâncias tóxicas, bioacumulativas e persistentes, buscando incluir segurança inerente aos processos químicos. A inserção dos princípios da QV nas diversas atividades químicas é recente e necessita de avaliação. Devido a isso, atualmente, tem-se feito o uso de métricas que permitem avaliar o grau de “verdura química” dos processos químicos. As chamadas métricas verdes permitem avaliar quais princípios são cumpridos e em que extensão o são. Dessa forma, valendo-se de métricas verdes holísticas, especificamente a Matriz Verde e a Estrela Verde, este trabalho teve como principal objetivo avaliar a verdura química de experimentos de Química Orgânica sem síntese, comumente desenvolvidos nos laboratórios didáticos do IFPR Campus Palmas e, a partir de possíveis<br>incongruências com os princípios da QV, foram propostas melhorias que poderão ser utilizadas em aulas experimentais de forma menos impactante do ponto de vista humano e ambiental, atendendo assim aos pressupostos da sustentabilidade socioambiental.</p> <p>Além disso, correlacionado à QV, a obra traz um capítulo de resíduos que trata da gestão, reuso, tratamento e cuidados quanto à incompatibilidade entre substâncias comumente empregadas em laboratórios de pesquisa e ensino. Vasto de informações, o capítulo sugere procedimentos que devem ser tomados com mais atenção em aulas práticas experimentais, assim como os&nbsp;<br>cuidados com armazenagem e estocagem desses resíduos.&nbsp;&nbsp;</p> <p>Os experimentos analisados contemplam, principalmente, as técnicas introdutórias do aluno ao laboratório e aos conceitos básicos da Química Orgânica, que tratam de temas relacionados a propriedades físicas, purificação, separação e extração de compostos orgânicos.</p> <p>Ao final de cada técnica experimental, a obra traz as métricas construídas, MV e EV, recomendadas para experimentos sem síntese, contemplando as possibilidades de melhorias, as ameaças encontradas e o IPE (índice de preenchimento da estrela). Ainda, no pós-laboratório, é recomendado que se faça a verificação das possibilidades indicadas pela análise da verdura e se preencha a tabela de resíduos proposta pelo capítulo anterior.</p> <p>No decorrer dos capítulos, nota-se que o planejamento e o estudo aprofundado de experimentos e das propostas de melhorias acerca da QV possibilitam a reflexão do papel da Química (e do químico) na sociedade, na tecnologia e no ambiente, repercutindo em uma formação cidadã e profissional baseada na ética e na responsabilidade.&nbsp;</p> <p>Essa obra serve aos interesses de acadêmicos e profissionais – notadamente os professores – do curso de Química e áreas afins que tenham interesse em conhecer a QV e suas métricas, bem como colocar em prática seus princípios na realização das atividades químicas. Nesse sentido, desejamos ao leitor que, por meio desses primeiros conceitos, possa iniciar seus conhecimentos sobre essa nova vertente da Química e possa se beneficiar de seus fundamentos em atividades químicas e&nbsp; educacionais.</p> Marilei Casturina Mendes Sandri, Sandra Inês Adams Angnes Gomes, Juliana Aparecida Bolzan Copyright (c) 2018 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/25 Thu, 06 Sep 2018 00:00:00 -0300 Mulheres sobre Mulheres https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/26 <p>o longo dos séculos, observaram-se transformações no que diz respeito ao papel da mulher na sociedade. Se, num passado não muito distante, as mulheres não podiam participar da vida política e as mulheres brancas, classe média e as mais abastadas estavam fora do mercado de trabalho, limitando-se ao espaço doméstico, na atual conjuntura esse cenário é diferente (no entanto as mulheres da classe trabalhadora e as negras trabalhavam em condições precárias, marginalizadas). Independência financeira, atuação política, liberdade sexual, controle da natalidade, feminismo: estes são alguns conceitos que, gradativamente, puderam ser associados ao universo feminino. Porém, não foi sem embates que tais mudanças ocorreram e, na dinâmica da vida cotidiana, continuam a ocorrer. Na arena discursiva, esses embates tornam-se visíveis, ainda que estejamos falando de “apenas” discurso, com o perdão da ironia.</p> <p>A proposta deste livro surge, então, para tratar dessa temática lançando-se à observação dos efeitos de sentido a partir dos quais se constrói uma imagem do que é ser mulher em nossa sociedade. Falar sobre mulher é, inescapavelmente, mobilizar sentidos&nbsp; que não são unívocos (por isso, efeitos de sentido), nem frutos do acaso, mas que surgem a partir de determinadas condições de produção. Em outras palavras, surgem a partir da relação de sujeitos históricos que enunciam a partir de determinadas formações ideológicas (FIs) e formações discursivas (FDs). Como o título do livro sugere, é a Análise de Discurso de linha francesa, que tem Pêcheux como referência, que orienta, em termos teóricos, as discussões aqui apresentadas.</p> <p>Cada capítulo deste livro, escrito por diferentes pesquisadoras que se debruçam sobre a temática, aborda um aspecto diferente sobre os desdobramentos do que é ser mulher. E ser mulher é conviver, muitas vezes, com a violência – que pode ser discursivizada de uma forma que merece atenção: mulher estuprada, violentada ou “ofendida”? Tocando nesse ponto, o primeiro capítulo, intitulado “De vítima à ofendida: a violência sexual contra as mulheres em discursos de documentos jurídicos”, aborda como o discurso jurídico, ao longo dos anos, trata a mulher vítima de violência sexual.</p> <p>No segundo capítulo, “No ranger da memória: o movimento feminista e o FEMEN”, se investiga como uma memória a respeito do movimento feminista é retomada nas intervenções do grupo FEMEN, surgido na Ucrânia em 2008. Com inscrições em seus corpos, as militantes fazem falar as diferentes formas de violências, repressões e opressões pelas quais as mulheres ainda passam no século XXI.</p> <p>No terceiro, “Negando as aparências, disfarçando as evidências”: que vozes ecoam nas campanhas de combate à violência contra a mulher?”, novamente a questão da violência aparece. Campanhas publicitárias de combate à violência contra a mulher são analisadas com o objetivo de verificar como se constrói a imagem da vítima de agressão a partir da identificação das formações discursivas que se revelam nessas campanhas. O quarto capítulo, “Femvertising: ode às mulheres?”, também lança o olhar sobre o domínio do discurso publicitário. Aborda-se a questão do “femvertising” – palavra inglesa que surge da união dos termos Feminism (Feminismo) e advertising (publicidade) – para levantar o seguinte questionamento: a publicidade pode contribuir com o empoderamento das mulheres?</p> <p>Na sequência, “Mulher e consumo na revista Nova: digo-lhe o que compras e também o que és” aborda como o conteúdo jornalístico – supostamente independente da publicidade, mas visivelmente influenciado por ela – molda uma imagem de mulher associando o “ter” ao “ser”. A mulher, agora não mais subordinada ao homem em termos financeiros, é o que é pelo que possui; ou melhor, pelo que é capaz de consumir.</p> <p>Em “Entre casa [de prostituição] e [de família]: elipse e fissura dos sentidos”, aborda-se um aspecto sintático aparentemente preso à coerção e à rigidez da estrutura da língua – a elipse – para dar visibilidade aos sentidos em tensão que constituem a palavra casa. As designações para “casa” se encontram em tensão, pois há uma disputa pelo domínio dos sentidos: de um lado, casa para mulher e para família; de outro, para prostituta.</p> <p>A maternidade tem espaço na obra com o artigo “Leniência discursiva: a culpa, a punição e a rendição”. Neste capítulo, a autora focaliza sua análise em uma personagem feminina do filme A garota no Trem (2016), do diretor Tate Taylor, baseado no best-seller de autoria de Paula Hawkins. Rachel, uma mulher na idade entre os 35-40 anos, divorciada, alcoólatra e desempregada em consequência do vício, tem conflitos no campo do relacionamento afetivo e quanto à maternidade (o que aparece como motivador de quase todos os outros conflitos). Afastando a leitura do aspecto individual da personagem, ela é observada a partir do que lhe é social, o que leva a tocar na fissura de uma natureza feminina construída, que dita determinados conceitos e imposições a respeito da mulher frente à maternidade.</p> <p>No capítulo final, “Da Capitu à vadia: as mulheres e suas formas de resistência”, se analisa como na obra literária Dom Casmurro e no movimento feminista Marcha das Vadias diz-se de diferentes posições que podem ou não serem ocupadas pelas mulheres na sociedade patriarcal. A reflexão se lança sobre a retomada, na Marcha das Vadias, para contradizer, de dizeres que, pelo funcionamento da memória, ainda estão estabilizados e em circulação – e violentam a mulher.</p> <p>O que esperamos, com todas essas discussões, é dar visibilidade a um tema sobre o qual ainda há muito que dizer. Não pretendemos fornecer ao leitor respostas definitivas, mas instigar a reflexão e o questionamento, colocando sob suspeita as verdades “evidentes” que envolvem o ser mulher. Aquilo que é óbvio, por ser naturalizado historicamente, merece ser alvo de contestação ou, no mínimo, um olhar de desconfiança. Afinal, se, por um lado, não é por acaso que os sentidos são o que são, por outro, sempre há a possibilidade de se construir (e lutar por) novos sentidos.</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Ana Maria de Fátima Leme Tarini</em><br><em>Franciele Luzia de Oliveira Orsatto</em></p> <p><strong>Organizadoras</strong></p> Ana Maria de Fátima Leme Tarini, Franciele Luiza de Oliveira Orsatto (Org.) Copyright (c) 2018 Editora IFPR https://editora.ifpr.edu.br/index.php/aeditora/catalog/book/26 Thu, 06 Sep 2018 00:00:00 -0300